A
QUEDA DE JERUSALÉM
Liderados
por Nabucodonosor 2º, soldados babilônios cercaram a cidade, destruíram o
Templo de Salomão e expulsaram os judeus.
Teve
golpe
Em 597 a.C., o rei
babilônio, Nabucodonosor 2º, invadiu Jerusalém, deportou parte da população e
colocou no trono Sedecias (ou Zedequias). Oito anos depois, o rei virou a
casaca e se rebelou. Em 588 a.C., os babilônios marcharam de novo para
Jerusalém e garantiram o controle da capital, ao custo de destruição, mortes e
incêndios.
Ponto
estratégico
A queda de Jerusalém
foi consequência de disputas políticas e territoriais. A pequena Judá ficava em
uma região costeira, importante para o comércio, o que sempre a colocou no alvo
de potências. Antes dos babilônios, os assírios controlavam a área.
Defesas
Em 701 a.C., outro rei,
Ezequias, preocupado com os assírios, reforçou as muralhas e as equipou com
catapultas. O rei ordenou a construção de um túnel subterrâneo, que ligava um
reservatório de água à cidade. Mesmo se fosse sitiada, a população não morreria
de sede.
Muro
abaixo
Os babilônios eram
experts em cercos. Para derrubar uma fortificação, usavam o aríete: a madeira
pesada fazia buracos nas muralhas. Flechas davam proteção para os soldados se
aproximarem com as torres de assédio (estrutura de madeira com escadas
internas). Eles ainda cavavam galerias sob as muralhas de proteção das cidades.
O
cerco
Segundo a Bíblia, os babilônios ficaram 18 meses
acampados atrás das muralhas, onde construíram rampas de ataque. Isso impediu a
população de sair e os mantimentos de entrarem. Quando o povo já passava fome,
o exército invadiu a cidade. O profeta Jeremias, um dos autores que descrevem o
cerco no livro sagrado, foi capturado.
Destruição
A devastação em
Jerusalém teria sido total. O exército de Nabucodonosor, para evitar
insurreição, incendiou a cidade inteira, saqueou o que pôde e mandou milhares
de judeus, especialmente membros da elite e intelectuais, para o exílio na
Babilônia. Gedalias foi nomeado novo governante, mas acabou assassinado dois
meses depois por um membro da família real de Judá.
Jeremias
sabe tudo
O profeta vinha
prevendo a queda de Jerusalém, que seria castigada por Deus, pois o povo
persistia no pecado da idolatria. Jeremias afirmava que a fome imposta pelos
babilônios seria tanta que mães comeriam seus próprios filhos. Ele foi acusado
de traidor, porque disse aos hebreus que nem adiantaria resistir: era melhor se
entregar logo ao inimigo.
A
casa caiu
Construído pelo rei
Salomão em 957 a.C., o Templo de Jerusalém foi saqueado e incendiado. Segundo a
Bíblia, lá estava a Arca da Aliança,
que guardava as tábuas dos Dez Mandamentos. Após a invasão, a arca nunca mais
foi vista.
Baú
perdido
Os babilônios tinham
uma lista dos itens roubados, e em nenhum momento a Arca foi mencionada. A Bíblia diz que Jeremias a escondeu em um
monte chamado Nebo. Porém, o arqueólogo israelense Dan Barat explica que dizer
que algo foi ao monte Nebo significa que ele foi para o beleléu. A Bíblia teria sido interpretada ao pé da
letra.
O
que a ciência diz
O episódio da queda de
Jerusalém tem embasamento. O historiador romano Flávio Josefo o registrou no
século 1. Além disso, um tablete babilônio menciona um oficial que também está
no livro de Jeremias na Bíblia. A
coleção de tabletes relata ainda o primeiro cerco feito por Nabucodonosor, mas
não o segundo. Para os babilônios, outros conflitos da mesma época foram mais
relevantes, como a tomada de Karkemish, na Síria.
Jeremias provavelmente
existiu. O escriba Baruque ben Neriah, a quem ele ditava seus textos no exílio,
apareceu em documentos judaicos encontrados em escavações em 1975 e 1996.
(Fonte: Mundo Estranho)
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