Após o Parlamento da
Catalunha aprovar a independência da região, na última sexta-feira (27/10),
vários países se manifestaram para afirmar que não reconhecerão a decisão dos
separatistas e reiterar apoio ao governo da Espanha.
A União Europeia (UE)
foi a primeira a criticar a manobra do governo regional catalão. O presidente
do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a Espanha continuava sendo a
única interlocutora do bloco.
"Para a UE, nada
mudou. A Espanha continua a ser a nossa única interlocutora", escreveu
Tusk na sua conta do Twitter. Ele ainda pediu ao governo espanhol para escolher
"a força do argumento e não o argumento da força".
Pouco tempo depois foi
a vez de o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, rejeitar a
independência catalã, argumentando que a UE não precisa de mais fraturas. Já o
presidente do Parlamento europeu, Antonio Tajani, classificou a manobra como
"uma violação do Estado de Direito". Tajani ressaltou que ninguém, na
União Europeia, reconhecerá a declaração unilateral.
Depois da UE, os
Estados Unidos foram um dos primeiros países a se manifestar sobre a decisão do
Parlamento catalão. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que a Catalunha é
uma "parte integral" da Espanha e destacou que o governo americano
apoia as medidas tomadas pelo Executivo liderado por Mariano Rajoy.
"A Catalunha é uma
parte integral da Espanha, e os EUA apoiam as medidas constitucionais do
governo espanhol para manter a Espanha forte e unida", disse a porta-voz
do Departamento de Estado, Heather Nauert.
Tom semelhante foi
adotado pela Alemanha. O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou
que seu país apoia a "clara postura" do presidente do governo
espanhol, Mariano Rajoy, em defesa da "ordem constitucional".
Seibert ressaltou ainda
que a soberania e a integridade territoriais da Espanha são e se mantêm invioláveis.
"Uma declaração unilateral de independência viola esses princípios
protegidos", acrescentou.
O governo alemão
destacou que vê com preocupação o novo agravamento da situação na Catalunha,
com a "violação da Constituição por parte do parlamento regional
catalão".
A França também
rejeitou a declaração de independência. O ministro do Exterior francês,
Jean-Yves Le Drian, reiterou que o único interlocutor de Paris referente a esta
região é o governo da Espanha em Madri e pediu respeito à Constituição espanhola.
"Nesse quadro [o
da Constituição espanhola], que é o que corresponde ao Estado de Direito, é que
deve ser tratada a questão catalã. Essa é a razão pela qual a França não
reconhece a declaração de independência que acaba de ser aprovada no Parlamento
catalão", ressaltou Le Drian.
O governo britânico
afirmou que a medida catalã foi baseada numa votação declarada ilegal pela
Justiça espanhola. "O Reino Unido não reconhece e nem vai reconhecer a
declaração unilateral de independência feita pelo Parlamento regional
catalão", disse a primeira-ministra Theresa May. "Queremos ver a lei
respeitada, a Constituição espanhola respeitada e a unidade espanhola
respeitada", concluiu.
A Itália também se uniu
às vozes que criticaram a manobra. "A Itália não reconhece nem reconhecerá
a declaração unilateral de independência proclamada pelo Parlamento regional da
Catalunha. Trata-se, de fato, de um gesto gravíssimo e fora da lei",
afirmou o ministro do Exterior italiano, Angelino Alfano.
O Canadá, o Chipre e a
Sérvia também afirmaram que não reconhecem a independência catalã e
manifestaram apoio ao governo espanhol.
O Parlamento regional
da Catalunha aprovou, em Barcelona, a independência da região e a separação da
Espanha numa votação secreta sem a presença dos principais partidos que se
opõem à proposta, que abandonaram a sala minutos antes. A resolução insta o
governo a tomar as medidas necessárias para criar o marco legal de uma
república soberana e independente da Espanha.
Em reação, Madri
aprovou a dissolução do Parlamento da Catalunha e a convocação de eleição nesta
região para 21 de dezembro.
(Fonte: DW.COM)
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