Mal as pessoas se
recuperaram da passagem do Harvey e o furacão Irma chegou com toda força à
região do Caribe e da Flórida. Com velocidades de cerca de 300 km/h, o Irma
provocou sérios danos ao atingir ilhas caribenhas. O mesmo deve acontecer nos
EUA, onde Harvey devastou o Texas e a Louisiana. Por esse motivo, as pessoas
olham para os próximos dias com grande preocupação, sabendo que a dedicação
completa de bombeiros e voluntários não será suficiente.
Nas áreas possivelmente
afetadas nos Estados Unidos não há um plano geral de evacuação. Cada cidade e
região tenta evitar danos por meio de seus próprios processos operacionais. A
retirada de pessoas de bairros inteiros ou de uma região costeira é, na maioria
das vezes, o último recurso. Isso se destina a evitar o pânico desnecessário,
explicou o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Miami.
Autoridades
responsáveis pelo resgate de pessoas recorrem às previsões da NOAA (sigla em
inglês de Administração Nacional Atmosférica e Oceânica) e agem somente na
iminência de uma ameaça clara. Além disso, os voluntários erguem abrigos
emergenciais, que são suficientes para abrigar pouco mais da metade da
população.
Jimmy L. Morales,
gestor da administração municipal de Miami Beach, está ordenando a construção
de diques e de muros de contenção com sacos de areia para conter a água. Além
disso, ele coordena o trabalho do Corpo de Bombeiros e das equipes de resgate,
bem como o apoio dos militares. No Centro Nacional de Furacões (NHC, na sigla
em inglês), alguns críticos acham que isso não basta.
Precauções
próprias
Nos Estados Unidos, as
autoridades de proteção de catástrofes, como a Agência Federal de Gestão de
Emergência (Fema), pedem aos cidadãos que, antes de mais nada, preparem-se eles
mesmos para casos de maior gravidade. Listas de orientação incluem conselhos
que parecem ser evidentes, mas que, aparentemente, não o são para todos.
Celulares, por exemplo,
devem estar com as baterias cheias e ser usados somente para o estritamente
necessário. Aplicativos que consomem muita bateria, como o Snapchat, não devem
ser usados, adverte a Fema, aparentemente de olho em adolescentes que, mesmo em
situações de emergência, não param de publicar fotos.
Se possível, geradores
elétricos de emergência devem ser providenciados. A agência também aconselha
que, além de alimentos duráveis, devem ser armazenados em casa quatro litros de
água por pessoa e dia. Além disso, devem ser disponibilizados um rádio
portátil, lanternas e material de bandagem. A Fema recomenda que uma mochila ou
sacola esteja sempre à mão e que ela contenha baterias, ataduras, dinheiro,
medicamentos e cópias dos documentos pessoais mais importantes.
Cidadãos
ficam sobrecarregados
Em situações graves,
porém, muitas dessas dicas são em vão. Coordenadores de casos de emergência
dizem ver cidadãos que tentam proteger as suas janelas com simples fitas
adesivas porque a proteção apropriada de madeira já está esgotada nos
depósitos. E muitos moradores dizem que acabam sobrecarregados com os cuidados
que eles mesmos devem adotar.
"Por onde
começar?" é a pergunta mais comum. As precauções a serem adotadas parecem
ser demasiadas: os moradores devem contatar centros de ajuda, ter preparados
locais seguros para se abrigar, conhecer as rotas de fuga sugeridas, acertar
pontos de encontro e procedimentos familiares de fuga e proteger suas
residências. Tudo o que estiver ao redor das casas deve ser acondicionado,
sobretudo o lixo. E é importante ouvir as notícias para estar a par das instruções
das autoridades.
Quando essas pessoas
não sabem mais como proceder, costumam recorrer a organizações como a
Neighbours 4 Neighbours, que já prestou ajuda durante a devastação provocada
pelo Harvey em Houston. Atualmente, esses voluntários estão recolhendo roupas
claras, para que pessoas em dificuldades possam ser vistas com mais facilidade
no escuro. Além disso, carros e barcos particulares estão sendo colocados de
prontidão em locais protegidos, para o caso de faltar ajuda oficial.
Colapso
de linhas telefônicas
As agências de proteção
de catástrofes estão verificando as suas linhas telefônicas para que o sistema
não volte a cair com o elevado número de ligações de última hora, como
aconteceu em Houston. Durante horas, os telefones de emergência estiveram fora
do ar. Além disso, não houve uma coordenação correta entre as equipes de
resgate, que nem sempre se deslocaram aos locais mais necessitados.
No entanto, as maiores
falhas na infraestrutura dos EUA continuam sendo as linhas telefônicas e elétricas
terrestres. Os centros de resgate preveem novos colapsos com o furacão que deve
atingir o continente americano neste fim de semana.
(Fonte: DW / Autor: Wolfgang Dick)
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