O governo de Donald
Trump lançou nesta quarta-feira (14) uma ambiciosa reforma fiscal com um grande
corte de impostos a empresas e pessoas físicas e que o secretário do Tesouro,
Steven Mnuchin, considerou como a maior da história dos Estados Unidos.
O plano se propõe
revisar todo o sistema fiscal do país, mas o grande destaque é a redução de 35%
para 15% os impostos para as empresas, um corte de 20 pontos percentuais que
pode ter efeitos diretos no déficit federal.
Em uma entrevista
coletiva na Casa Branca, Mnuchin garantiu que o plano não terá efeitos
negativos e que, pelo contrário, impulsionará a criação de novos empregos,
gerando uma maior arrecadação fiscal.
“Isso será pago com
crescimento, e com menos redução de índole diversa e com o fechamento de
fissuras nas normas”, disse Mnuchin na Casa Branca.
O novo sistema reduzirá
de 7 para somente 3 as faixas de tributação para as pessoas.
Um documento da Casa
Branca diz que o plano também inclui previsões para uma taxa única para
repatriar “trilhões de dólares que são mantidos no exterior”.
Os detalhes do plano
ainda deverão ser negociados com o Congresso, mas Mnuchin adiantou que há
conceitos fundamentais que “não são negociáveis”.
“O ponto central é que
queremos tornar competitivos os impostos às empresas, trazer bilhões de dólares
para criar empregos, simplificar as declarações individuais e reduzir a carga
tributária. Esses princípios fundamentais não são negociáveis”, disse.
Mnuchin disse que o
governo espera que a proposta, que sofre resistência inclusive de parlamentares
republicanos, seja aprovada o mais rápido possível pelo Congresso, mas não
adiantou um cronograma.
No Congresso, a
iniciativa cairá nas mãos de um corpo de legisladores divididos entre a ideia
de reduzir impostos e as preocupações com o crescente déficit público.
“Estamos trabalhando
para fazer isso rapidamente”, disse Mnuchin, que acrescentou que “é parte do
impacto pelos primeiros 100 dias” do novo governo.
Segundo analistas um
corte de 20 pontos percentuais na carga tributária das empresas pode significar
2 trilhões de dólares adicionais de déficit em apenas uma década.
Entre outubro de 2016 e
março deste ano, o déficit americano chegou a 526,8 bilhões de dólares.
Analistas econômicos
afirmam, no entanto, que a ideia de um crescimento do emprego mediante cortes
de impostos às empresas não se apoia em experiências prévias.
Para o especialista
Douglas Holtz-Eakin, essa ideia é uma ilusão. “Nunca houve qualquer análise
verossímil que indique que isso seja possível”, disse à AFP.
Esse corte de impostos
poderia ser válido por 10 anos, mas Mnuchin disse que prefere que se torne
permanente. “Se o temos por 10 anos, já é melhor do que nada. Mas eu gostaria
da sua permanência”, acrescentou.
Mnuchin assegurou que a
redução tributária será destinada em primeiro lugar às pequenas empresas. “Não
haverá fissuras na norma que permita aos mais ricos, que deveriam pagar
impostos mais altos, pagar 15%”, afirmou.
O líder do partido
Democrata no Senado, Chuck Schumer, adiantou que a ideia encontrará resistência
na oposição.
“Tratando-se de um
enorme corte de impostos para os mais ricos, isso não será apoiado pelos
democratas”, adiantou.
Em geral, os
republicanos são favoráveis à redução de impostos, mas uma parte deles,
defensores do equilíbrio orçamentário, expressam preocupações sobre seu impacto
nas contas públicas.
Mnuchin também apontou
nesta quarta-feira que os especialistas do governo estão trabalhando para
simplificar o processo como os americanos pagam seus impostos.
“Nosso objetivo é
simplificar as taxas. Acho que a maioria dos americanos deve ser capaz de
apresentar sua declaração de impostos em um formulário do tamanho de um cartão
postal”, expressou.
Na Casa Branca, o
principal assessor econômico de Trump, Gary Cohn, disse que todo ano os
americanos gastam “milhões de horas” tentando preencher suas declarações de
impostos, para as quais há, atualmente, 199 formulários diferentes.
(Fonte: ISTO É / AFP)
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