A Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB) entrega nesta quinta-feira, 25, na Câmara dos Deputados, pedido
de impeachment do presidente Michel Temer, assim como fez em 1992, contra
Fernando Collor de Mello, e em 2016, com Dilma Rousseff.
A entidade máxima da
Advocacia atribui a Temer crime de responsabilidade, em violação ao artigo 85
da Constituição. A denúncia contra o peemedebista será levada à Câmara pelo
presidente da Ordem, Claudio Lamachia, acompanhado dos conselheiros e
dirigentes das 27 seccionais da OAB.
Por 25 votos a 1, o
Conselho da Ordem aprovou, no sábado, 20, relatório da comissão especial que
concluiu que há indícios suficientes para abertura de processo de impeachment pela
Câmara. O relatório foi apresentado em reunião extraordinária do Conselho Pleno
da Ordem, em Brasília, juntamente com o Colégio de Presidentes de Seccionais.
De acordo com o
relatório da comissão, Temer teria falhado ao não informar às autoridades
competentes a admissão de crime pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS, e
faltado com o decoro exigido do cargo ao se encontrar com o empresário sem
registro da agenda, além de ter prometido agir em favor de interesses
particulares.
O presidente da Ordem,
Claudio Lamachia, declarou na segunda-feira, 22, que Temer jamais deveria ter
recebido no Palácio do Jaburu “um fanfarrão, um delinquente” - como o próprio
presidente da República classifica o executivo Joesley Batista.
“Não vou receber alguém
que, sabidamente para mim, é um delinquente e um fanfarrão numa audiência na
Ordem, quiçá na minha casa, na minha residência, na garagem, no porão, seja
onde for", disse Lamachia.
O presidente da
República foi gravado por Joesley no dia 7 de março deste ano, no Palácio do
Jaburu. No diálogo, o empresário confessa ao peemedebista pagar uma mensalidade
de R$ 50 mil a um procurador da República em troca de informações de inquéritos
de interesse do grupo JBS.
Eles ainda discutem uma
suposta compra do silêncio do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
condenado a 15 anos na Operação Lava Jato. Ainda de acordo com a delação da
JBS, Temer teria autorizado Joesley a tratar de pendências da J&F, holding
que controla a JBS, no governo com seu homem de confiança, Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR). Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala de
dinheiro.
Temer confirmou o
encontro com Joesley, mas disse que o áudio foi manipulado.
(Fonte: Estadão)
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