Em
alguns clãs, a única herança que passa de pai para filho é um ódio mortal
contra os vizinhos
O Brasil tem mais de 8
milhões de quilômetros quadrados – mas, desde a década de 1920, as famílias
Oliveira e Suassuna insistem em reclamar o mesmo pedacinho de chão, na Paraíba.
A história teve tantas idas e vindas que ninguém sabe ao certo como começou,
mas já migrou até para a política, em que ambas as “dinastias” disputam o
poder. Não que a briga esteja civilizada: em 2011, a polícia de Catolé da Rocha
(PB) prendeu 21 pessoas para tentar dar fim à baixaria. Calcula-se que, até
hoje, mais de 100 pessoas já morreram de ambos os lados.
AGORA
É GUERRA
Quando seu pai bater
boca com o vizinho na reunião de condomínio, pense que, pelo menos, ninguém ali
vai começar uma guerra de verdade. A disputa por poder e território entre os
clãs Taira e Minamoto, no Japão, degringolou até virar um conflito aberto por
cinco anos, entre 1180 e 1185. Os Taira venceram as primeiras batalhas, mas
foram superados pela força naval dos Minamoto. A história do país mudou
radicalmente: dali surgiu o xogunato Kamakura, que durou até 1333 e foi marcado
pela ascensão política dos samurais.
ROMEU
E JULIETA GRINGO
A briga das famílias
Hatfield e McCoy começou após a Guerra Civil norte-americana (1861-65) – e se
estendeu por vários anos, numa história repleta de sangue, rancor e vingança.
Alguns historiadores até usam o termo “Guerra Hatfield-McCoy”! No auge do quebra-pau,
um membro dos Hatfield foi condenado à forca e outros sete, à prisão perpétua,
por terem matado dois herdeiros McCoy. Ainda assim, os casamentos entre membros
dos dois lados opostos eram comuns (ah, o amor…!). Hoje, os clãs realizam
encontros em nome da paz.
PÉ
NA COVA
Pior que os Suassuna e
Oliveira, só os Yoon e os Shim, na Coreia do Sul. Há cinco séculos, eles
disputam o espaço para seus respectivos… cemitérios! A treta começou em 1614,
quando os Yoon enterraram um general da família em uma colina a 40 km de Seul,
e os Shim começaram a sepultar seus mortos num terreno próximo. Logo, surgiu a
tradição de um clã vandalizar as lápides do outro ou então resolver tudo na
base do assassinato mesmo (e dá-lhe mais gente no cemitério...) A última trégua
foi firmada só em 2008.
FIM
DA LINHA
Sabe aquele papo de que
rancor é um veneno que mata você, e não a outra pessoa? Pois bem: foi quase
literal para a família irlandesa Donnelly, que se instalou em Biddulph, no
Canadá. Os caras entraram em uma briga por poucos metros quadrados de terra com
seus vizinhos, os Farrell. Em 1857, James Donnelly matou Patrick Farrell e
acabou preso. Mas não foi o suficiente para acalmar a população. Vinte e três
anos depois, liderados pelos filhos de Patrick, os moradores da cidadezinha
lincharam cinco Donnelly até a morte, exterminando a família no país.
O
ÚLTIMO DE SEU NOME
Para encerrar a
desavença entre os Chattan e os Kay, que já durava 350 anos, o rei escocês
Robert 3º tomou uma decisão digna de Game of Thrones: julgamento por combate! O
encontro, numa segunda-feira em setembro de 1396, ficou conhecido como a
Batalha de North Inch. Cada grupo trouxe 30 homens, armados com arcos, flechas,
espadas, facas e machados, para lutar próximo ao rio Tay. Foi preciso até erguer
barreiras na margem do campo de batalha para evitar a presença de curiosos! Os
Chattan venceram com 11 sobreviventes, eliminando todos os Kay, exceto um.
(Fonte: Mundo Estranho)
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