Aplicação
do exame passará a ser feita em dois domingos consecutivos; ordem das provas
também foi alterada
Em coletiva de imprensa
concedida nesta quinta-feira (9), o Ministério da Educação (MEC) anunciou uma
série de mudanças que serão aplicadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)
a partir deste ano. Entre elas, a aplicação do exame que passará a ser feita em
dois domingos consecutivos; a ordem das provas, que passará a ter Ciências
Humanas, Linguagens e Redação no primeiro dia, e Matemática e Ciências da
Natureza no segundo. Além disso, a certificação do ensino médio será
desvinculada do exame, sendo feita por um exame à parte, e o resultado do Enem
por escola não será mais divulgado.
No geral, as mudanças
foram bem recebidas pelos professores ouvidos pelo GUIA. “Só notícia boa.
Primeiro que os candidatos sabatistas precisando ficar retidos para fazer a prova
era um transtorno, não só para eles mas também para a organização”, diz o
professor Renan Garcia Miranda, do Anglo Vestibulares. Com as alterações, a
prova passa a ser normal para os sabatistas. A mudança da prova para dois
domingos seguidos também agradou. “A prova em dois domingos vai trazer claros
benefícios aos alunos. O cansaço depois de uma prova de 90 questões é bastante
real. Com o novo formato, o aluno não precisa se preocupar com isso, além do
fato de ter tempo para programar os seus estudos e fazer grandes revisões das
disciplinas da semana, e não de todas”, diz Claudio Hansen, diretor pedagógico
do cursinho online Descomplica.
Além disso, Claudio
acredita que a alteração na ordem das provas trará mudanças significativas na
preparação dos alunos. “Teremos um primeiro dia bem pesado no sentido da
leitura atenta, interpretação e capacidade de escrita e concatenação de ideias.
Um segundo dia mais ligado aos raciocínios lógicos e aos cálculos. Em um
primeiro momento, estamos indicando novas formas de preparação para a prova,
agrupando questões que sigam essa nova organização”, diz.
Essa mudança não foi
tão bem aceita por outros professores. Segundo Hélcio Alvim, coordenador
pedagógico do Colégio Mopi, “essa nova distribuição é mais pesada aos alunos,
principalmente os de humanas que, no segundo domingo, terão de responder a
muitas questões complicadas em apenas quatro horas e meia. Sendo assim, gosto
mais da divisão anterior”, diz. Já Antunes Rafael, coordenador pedagógico do
cursinho Oficina do Estudante, acredita que o estudante sairá favorecido na
redação: “Linguagens e Humanas no mesmo dia é bom para a redação. A partir
dessa organização, provavelmente o tema vai acabar aparecendo em alguns dos
textos das questões”, explica.
“Um ponto que deve ser
destacado é a manutenção da redação, que é uma ferramenta muito importante para
avaliar a capacidade argumentativa, o registro, coesão e coerência, inclusive
questões éticas. Havia um temor quanto à possibilidade de se retirar a redação
e, assim, a prova perder muito de seu caráter formacional, pois os temas têm
sido instigantes e levado a sociedade a discutir assuntos preciosos, como foi
nas últimas edições”, pontua Daniel Medeiros, professor do colégio COC Atibaia.
(Fonte: Guia do Estudante)
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