A decisão da Liga do
Nordeste em diminuir o número de times na fase de grupos do Nordestão já em
2018, bem como mudar os critérios de classificação para a competição no ano
seguinte, trará mudanças sensíveis nas relações entre clubes e federações da
região. As alterações no torneio fortalecem ainda mais as grandes equipes, mas
deixam outros interessados no torneio em situação de alerta.
A partir de 2019,
apenas nove dos 16 participantes serão indicados pelos estaduais. Os outros
sete serão conhecidos pelo ranking da CBF: um da Bahia, um de Pernambuco, um do
Ceará e outros quatro que sairão de um mata-mata formado por oito clubes. Com
isso, é praticamente impossível equipes como Bahia, Vitória, Sport, Náutico, Santa
Cruz, Ceará e Fortaleza ficarem de fora da Copa do Nordeste. Em Pernambuco, por
exemplo, um clube do interior só participará da competição regional se for
campeão estadual - algo que nunca aconteceu. Foi uma espécie de "mecanismo
de proteção" encontrado pelos clubes mais tradicionais da região para
fortalecer o nível técnico do Nordestão e, consequentemente, mantê-los em
praticamente todas as edições do torneio.
A mudança afeta
diretamente os estaduais, já que os principais clubes podem abrir mão da disputa
de competições que dão prejuízo todo ano, e os times menores terão poucas
pretensões dentro do torneio, limitando-se "apenas" a Copa do Brasil
e Série D do Campeonato Brasileiro. O principal argumento do Bahia, um dos
clubes que são favoráveis às alterações, é de que o Campeonato Baiano é
importante apenas para chegar à Copa do Nordeste. Não será mais. Mesmo que os
estaduais comecem em datas diferentes do Nordestão, não terão mais o mesmo peso
que atualmente possuem - e abrem espaço para que o times mais fortes entrem em
campo com equipes reservas ou sub-20.
Os laços com as
federações, por consequência, se desatarão. O poder das entidades que comandam
o futebol em seus estados diminuirá absurdamente, o que tornará o caminho livre
para a independência da Liga do Nordeste.
A decisão é polêmica,
pois reduz as chances dos times menores disputarem o Nordestão. No entanto,
pode ser o ponto de partida de independência dos grandes clubes, que têm a
chance de conduzir seus próprios rumos e, em longo prazo, transformar a
competição num grande campeonato.
Curiosidade: Se os
critérios de classificação que serão adotados a partir de 2019 já valessem para
esta temporada, apenas CSA-AL, Altos-PI e Juazeirense-BA não disputariam a
competição. Eles seriam substituídos por ASA-AL, Parnahyba-PI e Vitória da
Conquista-BA, que possuem posições mais privilegiadas no ranking da CBF. Os
outros 17 clubes seriam os mesmos, mostrando que há pouca rotatividade entre os
participantes da Copa do Nordeste.
(Fonte: ESPN)
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