Nos
anos 40, a descoberta de 11 grutas revelou as cópias mais antigas da Bíblia da
História. Agora, pesquisadores encontraram a Caverna n. 12
Na década de 1940,
foram encontradas 11 cavernas na Cisjordânia que são consideradas uma das
maiores descobertas arqueológicas do século 20. Isso porque, dentro delas,
estavam pergaminhos que continham os trechos mais antigos já vistos da Bíblia,
contemporâneos da época em que Jesus viveu. Agora, arqueólogos acreditam que
encontraram uma 12ª caverna.
Os Manuscritos do Mar
Morto são documentos religiosos escritos por uma seita judaica, os essênios.
Eles viviam perto desse mar extremamente salgado e tinham um templo e uma
rotina rígida que lembrava a dos monastérios. A comunidade foi destruída pelos
romanos, mas os essênios tiveram tempo de pegar suas cópias das escrituras,
colocá-las em jarros e escondê-las nas cavernas. Foi só em 1947 que a primeira
caverna foi encontrada, por acidente, por pastores beduínos.
Na mesma região,
chamada de Qumran, uma nova escavação agora revelou mais uma caverna,
descoberta exatamente 70 anos depois da primeira. O diretor da escavação, Oren
Gutfeld, da Universidade Hebraica, tem certeza de que esta caverna faz parte do
mesmo grupo das 11 do Mar Morto e que ela também foi utilizada pelos essênios.
A gruta estava cheia de
jarros e tampas feitos especialmente para guardar escritos. O problema é que os
jarros estavam todos quebrados e seu conteúdo, removido. Por enquanto, os
pesquisadores só encontraram um único pedaço de pergaminho que, à primeira
vista, parece estar em branco.
Os pesquisadores
encontraram também cabeças de machado bem mais modernas, de 1950, bem na época
que as primeiras cavernas estavam sendo escavadas. Essa descoberta seria a
comprovação de uma teoria antiga: de que nômades beduínos saquearam o sítio
arqueológico na época das primeiras escavações e levaram os textos.
Foi mais ou menos
assim, inclusive, que os primeiros manuscritos chegaram ao conhecimento da
ciência: os beduínos que encontraram a primeira caverna venderam os textos sem
saber de seu valor. Os papéis não receberam atenção da comunidade religiosa até
pararem nas mãos de um bispo cristão.
A gruta
recém-descoberta não é a única Caverna do Mar Morto a não conter pergaminhos.
Foi o caso da chamada Caverna 8, que também foi encontrada com jarros quebrados
e sem papéis. Foi nessa escavação que surgiram as primeiras hipóteses de que os
textos teriam sido roubados.
Na candidata à Caverna
12, foram encontradas, além dos jarros e tampas, pedaços de tecido e couro
usados para embalar e prender os rolos de pergaminho. Mas não foi só material
dos essênios que os arqueólogos encontraram: cerâmicas, lâminas de pedra e
pontas de flecha indicam que a caverna começou a ser usada por humanos muito
tempo antes, durante a Idade do Cobre e no Neolítico.
O fragmento de
pergaminho e seu respectivo jarro estão sendo investigados para descobrir se
contêm alguma inscrição que foi perdida com o tempo. Para os pesquisadores,
porém, o mais importante é que a descoberta de uma nova caverna pode indicar
que os selênios deixaram ainda mais segredos espalhados por aí – trazendo a
esperança de que a arqueologia pode revelar ainda mais manuscritos inéditos.
(Fonte: Superinteressante)
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