Os jornalistas Leandro
Stoliar e Gilzon Souza, da Rede Record, que investigavam as denúncias de
suborno por parte da construtora Odebrecht na Venezuela, foram detidos neste
sábado (11) pelo Serviço de Inteligência venezuelano no estado Zulia, no norte
do país - denunciou a ONG Transparência Venezuela.
"A comissão do
Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) os deteve e os acompanhou
até sua sede em Maracaibo para ter uma entrevista. Ao chegar, tiraram seus
telefones celulares. A Transparência Venezuela exige sua libertação",
declarou a ONG em um comunicado.
A organização relatou
que os repórteres coletavam "informações na obra da Odebrecht: segunda
ponte sobre o Lago de Maracaibo, no estado Zulia". Também foram detidos os
ativistas José Urbina e María Jose Túa, que os acompanhavam.
Em nota, o Sindicato
Nacional de Trabalhadores da Imprensa também lamentou a detenção dos
jornalistas e exigiu sua soltura.
Na semana passada, o
Parlamento aprovou a investigação do caso da Odebrecht, em um debate que contou
com a presença de legisladores da bancada governista. A Comissão da
Controladoria convocou os representantes legais da empreiteira brasileira na
Venezuela para prestar esclarecimentos.
Em 26 de janeiro, o
Ministério Público confirmou que pediu informações sobre o caso ao MP do Brasil
e solicitou ordem de captura internacional contra uma pessoa não identificada,
que estaria ligada ao escândalo.
Também na semana
passada, o presidente Nicolás Maduro se comprometeu a concluir as obras da
construtora.
Segundo declaração do
ex-presidente da companhia Marcelo Odebrecht, atualmente preso, a Venezuela é o
segundo país da América Latina, onde a construtora pagou mais subornos,
chegando a US$ 98 milhões. Fica atrás apenas do Brasil.
(Fonte: AFP)
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