O portão de desembarque
do aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, nunca esteve tão movimentado
como em 2017.
A dupla Ba-Vi virou
'compradora', superou a concorrência de outros clubes por reforços e inicia o
ano sonhando alto. Mais agressivos, os dois geram ceticismo por suas atuações
no mercado e até mesmo dúvidas sobre possível endividamento futuro. Não é
difícil entender, ainda assim, por que eles são capazes hoje de atrair nomes
como Allione, Cleiton Xavier e Dátolo.
Entre 2011 e 2015, as
receitas dos principais clubes brasileiros cresceu 67% de forma geral.
No Bahia, ela aumentou
142% no período, com a estimativa da maior receita bruta da história tricolor
neste ano, R$ 99,6 milhões.
Enquanto isso, o
Vitória viu, por sua vez, o seu orçamento chegar a R$ 83,4 milhões, mais do que
o triplo do que faturava em 2011, R$ 34 milhões.
Não por acaso, o
rubro-negro baiano 'roubou' protagonismo nesse início de temporada ao bater o
pé e exigir o pagamento da multa rescisória para a saída de seu principal
destaque em 2016, Marinho. Ela foi estabelecida em 5 milhões de euros (R$ 16,9
milhões).
Em reunião na sala do
diretor Sinval Vieira, Marinho e seu agente, Jorge Machado, foram surpreendidos
ao escutar 'não' para o seu adeus abaixo da cifra.
O meia-atacante chegou
a se irritar e chutar a porta ao se retirar do local.
É uma nova postura. A
transferência de Marinho para a China, mesmo assim, é tida como certa. Deve
encaminhar 2,5 milhões de euros (R$ 8,4 milhões) aos seus cofres e representar
uma economia de R$ 200 mil mensais em sua folha. Até aqui, a liberação de Diego
Renan, Victor Ramos, Zé Love e outros gerou um alívio de mais de R$ 700 mil.
Com orçamento de R$ 49
milhões para o seu futebol profissional, quase R$ 10 milhões a mais que 2016 e
uma previsão de gasto salarial em torno de R$ 3 milhões por mês, o Vitória,
então, se lançou ao mercado.
Entre outros, fisgou
Cleiton Xavier, ex-Palmeiras, Dátolo, ex-Atlético-MG, e Leonardo Pisculichi,
ex-River Plate. Ainda briga pela chegada de uma camiseta 9 de peso para fechar
o seu elenco. Promete bancá-los, em parte, com uma política que democratizará o
clube e abrirá as suas portas cada vez mais aos sócios - foram cortados
privilégios aos conselheiros em prol disso.
Se na última temporada
os R$ 40 milhões de luvas do acordo de TV fechada com o Esporte Interativo
tiveram peso decisivo para bancar um trio ofensivo de R$ 900 mil mensais -
Hernane Brocador (R$ 250 mil mais bônus), Thiago Ribeiro (R$ 285 mil) e Renato
Cajá (R$ 300 mil mais luvas) -, o Bahia terá R$ 62 milhões para o seu grupo
principal em seu retorno à Séria A, uma fração disso, R$ 8 milhões, em
contratações.
Até aqui, pôs dinheiro
nas compras de Edigar Junior, ex-Atlético-PR, e Zé Rafael, ex-Coritiba.
Ainda trouxe Allione,
ex-Palmeiras, Pablo Armero, ex-Udinese, e 'Gustagol', ex-Corinthians, e mais
quatro. Sondou o veterano Arouca, mas descartou em virtude da experiência ruim
com Thiago Ribeiro.
O Bahia conseguiu zerar
o seu endividamento bancário, se livrou das antecipações de receita e se
encontra hoje em situação mais confortável. A ponto de brincar, segundo o seu
diretor financeiro-administrativo Marcelo Barros, que o jogador mais caro do
clube é a dívida trabalhista, que custa R$ 500 mil mensais.
Sob controle, ela não
freia, contudo, os investimentos do clube, que encaminhou a compra em
definitivo de um CT moderno, a Cidade Tricolor, e segurou o assédio do Inter
sobre o volante Juninho, seu principal nome em 2016. Ele ganhava R$ 40 mil mais
auxílio moradia e passará a receber em torno de R$ 100 mil ao renovar contrato.
Ainda está reservado um
montante em seu orçamento para trazer um nome de peso para completar a sua
linha de frente.
Não resta dúvida: uma
dor de cabeça mais do que bem vinda para Guto Ferreira e Argel Fucks.
(Fonte: ESPN)
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