Na
década de 50, a CIA aconselhou o governo americano a se aproximar do Brasil
para impedir a infiltração de comunistas no território brasileiro
Um relatório da CIA, a
Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, reporta que a região
Nordeste brasileira era um território-chave em uma eventual invasão soviética
nas Américas, de acordo com uma reportagem da BBC desta quinta-feira. O cenário
hipotético descrito pela CIA é o seguinte: depois que a então União Soviética
conquistasse todo o Leste Europeu, os russos avançariam para o Hemisfério Sul,
mirando primeiramente a Austrália e nações africanas. Da África os comunistas
partiriam para conquistar o território que seria a base para um ataque aos
Estados Unidos: justamente o Nordeste do Brasil.
O texto está entre os
800.000 documentos confidenciais que se tornaram públicos depois de um processo
movido por defensores do livre acesso à informação. Não é possível precisar
exatamente a data do relatório, mas citações no texto indicam que ele foi
escrito na década de 50, quando EUA e URSS realmente acreditavam que poderiam
se enfrentar militarmente em breve.
A CIA aconselhou o
governo americano a se aproximar do Brasil para impedir a infiltração de
comunistas no território brasileiro. Para isso, a agência sugeriu a criação de
um órgão de contrapropaganda para fazer frente à influência soviética presente
em “todo o país e em diferentes esferas do governo”. Na área econômica, a CIA
sugeriu para Washington ajudar o Brasil a se desenvolver, pois o “atraso
cultural” e a pobreza poderia ser terreno fértil para o comunismo se alastrar.
Segunda
Guerra Mundial — Admirador do ditador fascista italiano
Benito Mussolini e simpatizante de algumas ideias de Adolf Hitler, o então
presidente brasileiro Getúlio Vargas (que implantou a ditadura do Estado Novo
entre 1937 e 1945) foi convencido a se aproximar dos EUA e se unir aos Aliados
contra o Eixo, formado por Alemanha, Itália e Japão.
A aliança resultou na
participação do Brasil na II Guerra Mundial (1939 – 1945) e em algumas benesses
dos EUA ao Estado brasileiro, como investimentos no parque industrial e a
construção de bases militares em Natal, no Rio Grande do Norte. O local serviu
de base americana para operações na Ásia, África e Europa. Os EUA gostaram da
experiência e a CIA defendeu uma nova aproximação com Brasília para repelir a
ameaça soviética. No fim do relatório, a agência afirma que Brasil e EUA “devem
representar os últimos bastiões da liberdade, reafirmando a tradição histórica
de aliados leais e sinceros”.
(Fonte: Veja)
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