O
mar escondido debaixo da superfície dessa lua pode ter mais água do que no
nosso planeta inteiro - e os esguichos que saem dele podem conter vida
extraterrestre.
A Nasa passou os
últimos dias alimentando expectativas sobre Europa, uma das maiores luas que
orbita Júpiter, prometendo notícias surpreendentes. Como Europa é um dos
lugares mais bem cotados no Sistema Solar para abrigar vida, as redes sociais
já estavam bombando com alertas de aliens… Mas ainda não foi dessa vez.
O que o telescópio
Hubble conseguiu confirmar foi a existência de uma espécie de gêiser, um
esguicho de água que atravessa a superfície congelada da lua.
A suspeita de que
colunas de água eram esguichadas de dentro de Europa já existia – a Nasa chegou
a observar o fenômeno em 2013, mas daí, em 2014, os jatos tinham desaparecido.
Nessa nova observação,
o telescópio aproveitou o momento em que Europa passa em frente a Júpiter (o
que acontece a cada 3 dias, mais ou menos). A luz reflete no planeta e ajuda a
iluminar os gases que cercam a lua Europa. O Hubble lê a “assinatura ultravioleta”
que é produzida dessas moléculas. O telescópio encontrou as moléculas de H2O em
3 das 10 vezes que o Hubble observou a passagem de Europa.
Falta descobrir se o
esguicho é gelo ou vapor de água, mas só o fato dele existir já fortalece a
hipótese de que há um oceano líquido escondido debaixo da camada congelada da
Europa. A estimativa é que o mar
“europeano” tenha 3 bilhões de km³ de água, mais do que temos na Terra.
Sem o conhecimento dos
jatos em erupção na lua, qualquer missão à Europa teria que perfurar quase 100
km de superfície gelada em um lugar qualquer na esperança de encontrar o
oceano. Os esguichos de água, caso estejam diretamente ligados a esse oceano,
oferecem duas possibilidades promissoras: em primeiro lugar, uma sonda poderia
coletar uma amostra desse vapor/gelo e analisá-la para encontrar matéria
orgânica que possa ter sido “ejetada” do oceano. Em segundo lugar, a
localização desses jatos pode ajudar a mapear os locais onde esse oceano é mais
acessível pela superfície.
A nova observação do
Hubble também confirma que esses esguichos são um fenômeno irregular, o que é
logisticamente importante para a Nasa e a Agência Europeia de Astronomia, já
que ambas estão planejando lançar missões até Europa na próxima década – e aí
sim a chance de encontrar aliens – ainda que microscópicos e bem primitivos –
se torna mais palpável.
(Fonte: Superinteressante)
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