No Brasil, cortar
pinheiros no Natal para decorar a sala de estar não é um hábito assim tão
comum, mas montar e enfeitar árvores continua sendo uma tradição. A ideia como
a conhecemos hoje surgiu entre os séculos 16 e 17 na Alemanha e foi popularizada
mais tarde nos Estados Unidos.
Algumas características
da árvore natalina mudaram com o passar do tempo e costumes estranhos, como
pendurá-las de ponta cabeça, caíram em desuso. Veja outras curiosidades:
A
igreja não gostava da ideia
Árvores de Natal
costumavam ser consideradas símbolos pagãos sem nenhuma conexão com celebrações
religiosas. Em 1647, o teólogo Johann Conrad Dannhauer, da Catedral de
Estrasburgo, criticou o costume dizendo que as árvores passaram a ganhar mais
atenção do que a própria palavra de Deus. Nos Estados Unidos, o governador
William Bradford, conhecido por seu puritanismo, também protestou contra a
novidade. Mas conforme a tradição de fim de ano persistia, líderes da igreja
católica decidiram aderir à decoração das árvores e integrá-las como parte das
festas natalinas.
Em
algumas casas, as árvores ficavam penduradas no teto
No sudoeste da
Alemanha, durante os séculos 17 e 18, era bastante popular entre as classes
mais baixas o hábito de pendurar árvores menores no teto ou em vigas — a
técnica mantinha a decoração em exposição, mas longe das mãos das crianças.
Segundo o livro de Bernd Brunner,
Inventing the Christmas Tree (sem edição em português), algumas famílias
até as deixavam de ponta cabeça por acreditar que as raízes apontadas para o
céu poderiam fazer com que as árvores ganhassem poderes divinos.
O
primeiro comércio de árvores natalinas nasceu em 1851
Uma das coisas que
desestimulavam as pessoas a adotarem a tradição das árvores era o trabalho de
encontrá-las e cortá-las por conta própria. Isso começou a mudar em 1851,
quando o comerciante e lenhador Mark Carr ouviu falar das várias famílias que
estavam saindo da cidade só para buscar suas árvores na época natalina. Movido
pelo espírito do Natal — e do capitalismo —, Mark decidiu trazer a floresta até
os moradores e vender algumas dúzias de árvores prontas para decorar a sala de
casa. A ideia foi um sucesso e logo incentivou a prática de fazendas de árvores
de Natal, que proliferaram rapidamente pelos Estados Unidos.
A
família real britânica ajudou a popularizá-la
Em 1850, a revista
americana Godey’s Lady’s Book, da
editora Sarah Josepha Hale, publicou uma ilustração com a família real
britânica ao lado dos filhos e de uma árvore de Natal. Ao contrário da família
real anterior, Victoria era bastante popular e tudo o que fizesse logo passava
a ser moda — não apenas na Grã-Bretanha, mas também entre a sociedade
americana. Assim foi popularizado o conceito da árvore natalina.
Os
presentes não ficavam embaixo das árvores
Nas primeiras décadas
de popularização dessa tradição natalina, os presentes eram pendurados nos
galhos em vez de serem colocados embaixo das árvores. Jornais da década de 1870
descrevem exemplos de árvores atulhadas de doces, bonecas e brinquedos por
todos os galhos. Alguns presentes daquela época ainda incluíam frutas, bolos e
doces, que as crianças podiam simplesmente pegar na árvore quando quisessem.
Pesquisadores
estão “construindo” uma versão melhorada da árvore
Gary Chastagner,
patologista de plantas da Universidade Estadual de Washington, conduz um
projeto de pesquisa com duração de cinco anos para descobrir como aumentar o
tempo de vida das árvores e diminuir a queda dos galhos e folhas. Chastagner e
um grupo de pesquisadores estão coletando amostras de árvores encontradas em
diferentes regiões do país para testar quais são as mais resistentes e quais
são capazes de preservar suas folhas por mais tempo. A pesquisa deve custar
cerca de US$ 1,3 milhão (aproximadamente R$ 4,39 milhões).
(Fonte: Galileu)
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