Segundo os investigadores, a prisão de Cabral tem relação direta com a grave crise financeira enfrentada atualmente pelo Estado. A reportagem do UOL fez as contas para saber o que o atual governo conseguiria fazer com esse valor em três áreas essenciais.
Educação
Com o dinheiro desviado, seria possível manter, durante um ano, 69.306 crianças em escolas públicas no Estado. De acordo com estimativa feita pelo MEC (Ministério da Educação), o custo anual de um aluno nas séries iniciais do ensino fundamental no Rio de Janeiro é de R$ 3.203,18.
Saúde
Com R$ 222 milhões, o governo do Rio de Janeiro conseguiria custear, por quase oito meses, o funcionamento das 29 UPAs (Unidade de Pronto Atendimento) estaduais. Essas unidades funcionam todos os dias, durante 24 horas, e podem atender casos de urgência e emergência. O Executivo estadual repassa R$ 1 milhão por mês para OSs (Organizações Sociais) que administram as UPAs.
Segurança
O montante desviado pelo grupo criminoso é equivalente ao que foi gasto pelo governo estadual com policiamento ao longo de todo o ano de 2015. Segundo dados disponibilizados no Portal da Transparência do Rio de Janeiro, o Executivo gastou no ano passado cerca de R$ 237 milhões com policiamento em todo o Estado.
"Mesada" para Cabral
Cabral foi preso em seu apartamento no Leblon, bairro nobre da zona sul do Rio. Ele comandou duas vezes o governo do Estado do Rio, entre 2007 e 2014. Na época, seu vice era o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
De acordo com os investigadores, Cabral ganhava uma espécie de "mesada mensal" das empreiteiras envolvidas no esquema de desvio de dinheiro. Em troca, o governo favorecia as construtoras, facilitando a criação de cartel e fraudando licitações.
*Conteúdo Uol com adaptação de Kleber Passo
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