O juiz federal Sérgio
Moro, da Operação Lava Jato, destacou no decreto de prisão de Eduardo Cunha que
o peemedebista 'é tido por alguns como alguém que se vale, com frequência, de
métodos de intimidação'.
Para o magistrado, 'sem
a tomada de medidas mais duras, é de se recear que potenciais testemunhas
contra o acusado (Cunha) se sintam igualmente intimidadas em revelar a verdade
e colaborar com a Justiça'.
A
DECISÃO DE MORO
Eduardo Cunha é réu em
ação penal da Lava Jato por manter contas secretas na Suíça, abastecidas com
US$ 5 milhões de propinas do esquema de corrupção na Petrobrás. Ele sempre
negou o recebimento de valores ilícitos.
O peemedebista foi
preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília. Por volta de 17h05 o ex-deputado
chegou à sede da Polícia Federal em Curitiba, base da Lava Jato.
No despacho de 26
páginas em que fundamenta sua decisão, o juiz chamou a atenção para o fato de o
lobista Júlio Gerin de Almeida Camargo - delator da Lava Jato e um dos
primeiros que revelou a participação de Cunha no esquema de propinas instalado
na Petrobrás -, ter afirmado em Juízo que 'ocultou os fatos em seus primeiros
depoimentos por medo das consequências'.
Sérgio Moro vê presente
o risco à investigação, à instrução do processo 'e de forma mais geral à
integridade do processo, o que é causa para a prisão preventiva'.
"Considerando o
histórico de conduta e o modus operandi, remanescem riscos de que, em
liberdade, possa o acusado Eduardo Cosentino da Cunha, diretamente ou por
terceiros, praticar novos atos de obstrução da Justiça, colocando em risco a
investigação, a instrução e a própria definição, através do devido processo, de
suas eventuais responsabilidades criminais", anota o juiz.
(Fonte: Estadão)
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