Uma
conjunção de fatores propiciou um inedistimo histórico nesta quarta-feira: pela
primeira vez, o Brasil teve três presidentes em um único dia.
O
inusitado ocorreu por uma sucessão de desdobramentos que tiveram início por
volta das 11h com a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal.
Por
volta das 13h30 (horário de Brasília), o afastamento definitivo da petista foi
aprovado pela maioria dos senadores. Dilma já estava afastada do cargo desde o
dia 12 de maio, quando o Senado aprovou a abertura do processo.
Em
seguida, foi feita a comunicação oficial ao presidente interino Temer. Às 17h,
ele foi empossado como presidente no plenário do Senado.
O
que acontece com Dilma após o impeachment?
Com
o impeachment, PMDB assume Presidência pela 2ª vez sem eleições
Mas
Temer já estava com a viagem marcada para esta quarta-feira para a China, onde
participará da reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.
Por
causa disso, com a saída do peemedebista do país, o cargo passou a ser ocupado
pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
Maia,
que está à frente da casa desde julho em um mandato-tampão após a renúncia do
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve comandar o país até o retorno
de Temer, na próxima terça-feira.
"Nunca
houve algo do tipo (um dia com três presidentes) na história. É a típica
jabuticaba brasileira", afirmou por telefone à BBC Brasil o historiador
brasileiro José Murilo de Carvalho.
Impeachment
Ao
fim de um processo que durou cerca de nove meses, Dilma Rousseff teve o mandato
cassado no Senado por 61 votos contra 20. Ela, no entanto, manteve o direito a
exercer função pública, conforme votação ocorrida em separado após a aprovação
do impeachment.
Depois
do anúncio de que havia sido destituída definitivamente do cargo, Dilma fez um
rápido pronunciamento à imprensa afirmando que o impeachment foi o
"segundo golpe" que sofreu na vida e que o governo de Temer
enfrentará uma oposição "enérgica e determinada".
Segundo
a petista, a decisão de destitui-la não teve "qualquer justificativa
constitucional".
"O
golpe não foi apenas contra mim. Isso foi apenas o começo. Vai atingir
indistintamente qualquer organização progressista e democrática. O golpe é
contra o povo, é contra a nação, é misógino, é homofóbico, é racista",
disse.
Ela
também prometeu que "não desistirá" e que continuará sua jornada
"contra o retrocesso, a agenda conservadora e pelo reestabelecimento pleno
da democracia".
(Fonte: BBC Brasil)
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