"Narcos",
a produção de sucesso da Netflix que conta a história de Pablo Escobar, estreou
sua segunda temporada no dia 2 de setembro. Na série, Escobar é interpretado
pelo ator Wagner Moura, que aparece em várias cenas jogando bola com seus "capangas"
ou com seu próprio filho, Juan. Mas a relação entre o chefão do narcotráfico
colombiano com o futebol era muito maior do que isso. Veja abaixo algumas
curiosidades que mostram o grau de influência e a paixão de Escobar pelo
esporte.
1.
Apesar de sua enorme ligação com o Atlético Nacional, Pablo Escobar era, na
verdade, torcedor do Independiente de Medellín. Quem afirma isso é Juan, filho
de Escobar, que lançou um livro com histórias sobre o pai em 2015.
2.
Quando exerceu o cargo de deputado na Colômbia, Pablo Escobar inaugurou
diversos campos de futebol nas periferias de Medellín, tornando-se uma figura
bastante popular na cidade, que ganhou até um bairro com o seu nome.
3.
No final da década de 80, Pablo Escobar era dono de três clubes na Colômbia:
Atlético Nacional, Independiente de Medellín e Envigado. "El Patrón"
era acusado de usar clubes de futebol do país para lavar dinheiro, assim como
os irmãos Orejuela, do Cartel de Cali, teriam feito com o América de Cali.
4.
O título do Atlético Nacional na Libertadores de 1989 é até hoje contestado
pelos rivais, que acusam Pablo Escobar de ameaçar e oferecer propinas aos
árbitros. Aquele time revelou grandes jogadores do futebol colombiano, como o
goleiro Higuita, Andrés Escobar, Pérez, Fajardo, García e Tréllez.
5.
Com o sucesso dentro de campo com o Atlético Nacional, alguns veículos locais
afirmam que Pablo Escobar teria financiado a preparação da seleção colombiana
para a Copa do Mundo de 1990 - torneio que não disputava desde 1962. Escobar
teria, inclusive, obrigado a federação local a contratar Francisco Maturana,
então treinador do Nacional.
6.
Em 1990, Juan, filho de Escobar, foi para a Itália acompanhar a Copa do Mundo
protegido por seguranças particulares. O garoto ia aos estádios com óculos
escuros e o rosto pintado, tudo para evitar que fosse identificado por
autoridades e inimigos de seu pai.
7.
Em 1990, o árbitro uruguaio Daniel Cardellino denunciou à Conmebol ameaças de
morte e uma tentativa de suborno de US$ 20 mil feita antes da partida contra o
Vasco da Gama, em Medellín, pela volta das quartas de final da Libertadores. A
partida vencida pelos colombianos por 2 a 0 foi anulada. O novo jogo aconteceu
no Chile e o Nacional venceu novamente. Em entrevista ao jornal "O Estado
de S. Paulo", em 2014, Eurico Miranda, presidente do Vasco, afirmou que
"havia caras com metralhadora no vestiário, tinha cartel de Medellín no
meio".
8.
Em novembro de 1989, o assistente Álvaro Ortega foi morto a tiros em Medelín.
Semanas antes de sua morte, Ortega havia anulado um gol do Independiente de
Medelín em um jogo decisivo contra o América de Cáli. A federação local foi
pressionada pela Fifa e pela Conmebol e decidiu suspender o Campeonato
Colombiano daquele ano, que terminou sem um campeão.
9.
Atlético Nacional e Milan se enfrentaram na final do torneio intercontinental
de 1989. Silvio Berlusconi, então presidente do clube italiano, chegou a
declarar que o "Milan iria lutar contra o Nacional para derrotar a parte
suja do mundo". Os rossoneros venceram a partida por 1 a 0 na prorrogação.
10.
Entre 1991 e 1992, Pablo Escobar conseguiu se livrar de uma detenção militar e
viveu em uma prisão construída por ele próprio. La Catedral, como ficou
conhecido o refúgio localizado na cidade de Envigado, abrigava os sicários de
Escobar e recebia festas e jogos de futebol entre amigos. Higuita, amigo
próximo de Escobar, chegou a visitá-lo no local e, anos depois, afirmou que foi
cortado da Copa de 1994 por conta de sua proximidade com o narcotraficante.
(Fonte: ESPN)
Nelson Rodrigues disse certa vez que no futebol, o maior cego é aquele que só vê a bola. Tirando a frase um pouco do contexto original, mas colocando-a em outro igualmente pertinente, podemos dizer que o que sabemos do subsolo do "esporte bretão" é quase sempre o mínimo. É visível o jogo de interesses que contaminam o futebol vindos de diversas fontes, muitas criminosas. Por exemplo, nos nossos dias, nos acostumamos a ver "sheiks" e outros bilionários jorrarem a sua grana suspeita em clubes de futebol. Alguns jogadores são contratados por somas absurdas, imorais! Acredito que muito disso consiste na velha e boa lavagem de dinheiro. Casos eu fosse narrar os interesses escusos que permeiam a história do futebol, seria necessário um livro, mas, curiosamente, essa modalidade esportiva parece que vive em um mundo paralelo, pois as autoridades mundiais demonstram achar normal esse derramamento de grana sem fim para jogadores correrem atrás de uma bola.
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