Após
cinco meses em prisão domiciliar, para tratamento de saúde, o pecuarista José
Carlos Bumlai vai voltar a cumprir prisão preventiva em Curitiba por
determinação do juiz Sérgio Moro. O juiz considerou que a situação processual
de Bumlai se agravou com a denúncia de obstrução da Justiça feita pela
Procuradoria Geral da República e aceita pela 10ª Vara Federal de Brasília.
Nela, o pecuarista é acusado de ter participado junto com o ex-senador Delcídio
do Amaral Gomez de um plano para facilitar a fuga do ex-diretor da Petrobrás
Nestor Cerveró.
"Além
da tipificação, o fato caracteriza interferência indevida nas investigações, um
caso clássico de risco à investigação ou à instrução, a autorizar a prisão
preventiva", afirmou Moro, acrescentando que o risco à investigação
prossegue porque Bumlai é investigado por envolvimento em outros episódios.
Moro
lembra que ele foi delatado por Fernando Falcão Soares, o Baiano, que citou o
pecuarista como intermediador de negócios para a Sete Brasil e a Petrobras e
que ele está também envolvido nas investigações sobre reformas e benfeitorias
no sítio de Atibaia, usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Bumlai
teria se responsabilizado por parte da reforma da propriedade.
Bumlai
teve direito à prisão domiciliar para tratamento de um câncer na bexiga e, no
período em que passou em casa, também foi submetido a procedimento cardíaco.
Moro afirma na decisão que o tumor foi retirado e o tratamento por medicamentos
já foi interrompido. O programa de reabilitação cardíaca, segundo ele, pode ser
feito no Complexo Médico Penal de Curitiba, onde ele já estava recolhido antes:
"uma hora de exercícios, três vezes por semana, com monitoramento,
trata-se igualmente de procedimento pós operatório, sem maior complexidade ou
riscos ao acusado".
(Fonte: MSN Notícias / O Globo)
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