As
Olimpíadas, ou Jogos Olímpicos, constituem nos dias de hoje um dos eventos mais
populares e prestigiados em todo o mundo. Essa popularidade e esse prestígio
devem-se à grande conexão que as Olimpíadas têm com a massa de espectadores que
acompanham as competições tanto presencialmente nos estádios e arenas quanto
pela televisão. Entretanto, a história dos Jogos Olímpicos é um tanto complexa.
A imagem que deles temos hoje em dia foi construída a partir do fim do século
XIX, mas suas origens remontam à Grécia Antiga.
Origem das Olimpíadas
As
Olimpíadas originaram-se por volta do século VIII a.C., no contexto da antiga
Hélade, isto é, o conjunto das cidades-estado da Grécia Clássica. A realização
dos jogos ocorria na cidade de Olímpia – por isso o nome “Olimpíadas” –, para
onde os cidadãos das outras cidades peregrinavam a fim de participarem das
competições. O primeiro atleta a vencer uma prova em Olímpia teria sido
Corobeu, em 776 a.C. – a prova era de corrida.
Dentro
da tradição mitológica, os jogos de Olímpia foram criados pelo herói Hércules,
filho do deus Zeus com uma mortal. Hércules foi obrigado pela deusa Hera a
realizar doze trabalhos considerados impossíveis. O quinto desses trabalhos
consistia em limpar os currais do rei Áugias, que continha milhares de animais
e não era limpo há mais de 30 anos. Após conseguir realizar o feito, Hércules
decidiu inaugurar um festival esportivo em Olímpia, em homenagem a seu pai,
Zeus.
Essa
explicação mitológica organizava o entendimento que se tinha sobre o esporte
olímpico à época. Sempre que os jogos eram abertos, havia todo um rito de
sacrifício de animais a Zeus e cada competição tinha em dada medida alguma
relação com o culto a essa divindade.
Modalidades esportivas antigas
Entre
os esportes praticados nas antigas olimpíadas, estavam as corridas, chamadas de
drómos, e suas modalidades. Em
algumas delas, o atleta devia correr por cerca de 190 metros vestido com a armadura
e as armas de um hoplita (soldado da linha de frente dos combates). Em termos
de corridas, havia também as bigas e quadrigas. As primeiras eram carros de
combate tracionados por dois cavalos; as segundas, por quatro cavalos. Havia
ainda o péntatlhon (semelhante ao
pentatlo atual), que reunia cinco esportes: 1) salto, 2) lançamento de disco,
3) lançamento de dardo, 4) corrida e 5) luta.
É
interessante destacar que as modalidades de lutas também eram bastante
peculiares. Havia, por exemplo, a palé,
que era algo próximo da atual luta greco-romana, isto é, sem socos e pontapés.
Além da palé, o pýgme, comparado ao pugilato (boxe) contemporâneo, mas mais
agressivo. Destaca-se ainda o mais devastador de todos, o pancrácio, que consistia em uma espécie de “vale-tudo”, que incluía
cotoveladas, joelhadas, torções, cabeçadas etc.
Restauração dos Jogos Olímpicos na
modernidade
Após
o fim da Hélade, no mundo antigo, as Olimpíadas caíram no esquecimento durante
séculos. Outros esportes foram se desenvolvendo no interior de cada
civilização, mas não havia algo que tivesse a envergadura da celebração dos
jogos de Olímpia. A restauração das práticas esportivas em um festival como as
antigas Olimpíadas só foi feito na década de 1890 por um aristocrata e pedagogo francês chamado Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin.
O
Barão de Coubertin acreditava que a prática do esporte devia ser estimulada na
sociedade contemporânea, sobretudo entre os jovens. Além disso, era
interessante que houvesse uma organização internacional de jogos esportivos que
ajudasse a promover a “paz entre as nações”, já que aquele contexto (de
transição do século XIX para o século XX) estava carregado de rivalidades entre
as potências imperialistas.
Como
bem ressalta a pesquisadora Kátia Rubio: “O
projeto de restauração dos Jogos Olímpicos como na Grécia Helênica foi
apresentado em 25 de novembro de 1892 quando da ocasião do 5º aniversário da
União das Sociedades Francesas de Esportes Atléticos, que teve como paraninfo o
Barão de Coubertin. Naquela ocasião ele manifestaria seu desejo e intenções com
relação aos Jogos: 'É preciso internacionalizador o esporte. É necessário
organizar novos Jogos Olímpicos”.
Dois
anos depois, continua Katia Rubio: “[…]
na Sorbonne, em Paris, diante de uma plateia que reunia aproximadamente duas
mil pessoas, das quais 79 representavam sociedades esportivas e universitárias
de 13 nações, teve início o congresso esportivo-cultural, no qual Coubertin
apresentou a proposta de recriação dos Jogos Olímpicos.”
O
projeto de Coubertin previa também o resgate dos símbolos das Olimpíadas
antigas, como o acendimento da chama olímpica, etc. Para que tudo fosse feito
da melhor forma, a realização da primeira edição deveria ser na Grécia. Com a
ajuda de Demetrius Vikelas, Coubertin e os demais membros do comitê geral
conseguiram organizar os primeiros Jogos Olímpicos modernos no verão de 1896,
na cidade de Atenas, capital da Grécia.
(Fonte:
Mundo Educação)
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