Numa
mudança de estratégia, os defensores do impeachment da presidente afastada,
Dilma Rousseff, 'engrossaram' ontem a lista de senadores que questionaram o
ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, único integrante do primeiro escalão do
governo da petista no rol de testemunhas de defesa. Na sessão, que durou cerca
de 12 horas, ainda foi ouvido o professor Ricardo Lodi, na condição de
informante.
A
ideia inicial era repetir o que foi feito em boa parte das sessões anteriores e
"esvaziar" o plenário para acelerar esta fase do julgamento. Tanto
que apenas 17 senadores estavam inscritos para fazer perguntas ao ex-ministro,
a maioria apoiadores da presidente afastada. Contudo, senadores favoráveis ao
afastamento da presidente começaram a se inscrever para fazer o embate com
Barbosa - ao final, 32 senadores fizeram questionamentos.
A
ação teve por objetivo tentar desconstruir o discurso de Barbosa de que Dilma
não cometeu crime de responsabilidade. Os questionamentos foram mais técnicos a
Barbosa, com poucos momentos mais tensos. No dia anterior, o plenário havia se
tornado palco de um bate-boca acalorado entre o presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Após
as rusgas na noite de sexta Renan convidou senadores do PT para um jantar na
noite de sexta. Participaram Jorge Viana (AC) e Lindbergh Farias (RJ). Viana
afirmou que Renan reconheceu que se excedeu ao partir para o confronto com
Gleisi. Na conversa, os petistas apelaram ao peemedebista para que pedisse aos
parlamentares uma postura de respeito em relação a Dilma, que prestará
depoimento amanhã.
Renan
chegou a convocar uma reunião ontem a fim de discutir procedimentos da sessão.
Antes do encontro, porém, senadores tentaram fechar um acordo por meio do qual
base e oposição se intercalassem nas perguntas, mas governistas não
concordaram. O encontro então foi cancelado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Fonte: Último Segundo)
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