Militantes
extremistas islâmicos usaram a rede social Telegram para divulgar uma
compilação de 17 recomendações para a execução de atentados terroristas durante
os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, que começam no dia 5 de agosto. Entre as
técnicas publicadas pelos terroristas estão atentados a aeroportos e meios de
transporte públicos, esfaqueamento, envenenamento, sequestro de reféns e
veiculação de falsas ameaças.
Especialista
norte-americana em contraterrorismo, Rita Katz explica que os terroristas
elaboraram uma espécie de “cronograma de ação” para possíveis ataques e pediram
que “lobos solitários” – pessoas que atuam sozinhas em grandes ataques, como o
atirador à Boate Pulse em Orlando e o atirador que matou policiais durante
protestos em Dallas – dirijam-se ao Brasil.
Na
última segunda-feira (18), a agência de contraterrorismo SITE, onde trabalha
Rita Katz, informou que um grupo no Brasil declarou lealdade ao Estado
Islâmico. Também por meio do Telegram, os extremistas criaram um canal batizado
"Ansar al-Khilafah Brazil" para recrutar membros. Esta é a primeira
ligação explícita entre pessoas na América do Sul e o Estado Islâmico.
Estratégia
Em
nota publicada na última segunda-feira (18), a Agência Brasileira de
Inteligência (Abin) garantiu que "todas as ameaças relacionadas aos Jogos
do Rio 2016 estão sendo minuciosamente apuradas, em particular as relacionadas
ao terrorismo". A Abin informou ainda que casos ligados a ações
extremistas estão sob os cuidados de três eixos ligados à segurança dos Jogos –
Inteligência, Defesa e Segurança Pública.
Cerca
de 5 mil homens da Força Nacional de Segurança Pública e 22 mil oficiais das
Forças Armadas Brasileiras devem atuar na segurança dos Jogos Olímpicos, além
do contingente fixo do Rio de Janeiro.
Ao
longo desta semana, militares do Exército intensificaram ações de patrulhamento
na região do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro.
Além disso, forças de segurança fazem simulações de atentados com bombas e
tiroteio nas principais estações de metrô do Rio e de São Paulo.
Não
é a primeira vez que terroristas usam o aplicativo Telegram para recrutar
pessoas no Brasil. Em junho, o canal oficial de comunicação do Estado Islâmico,
a agência Nashir News, criou um grupo na rede social – chamado “Nashir
português” – para se comunicar em português com simpatizantes brasileiros.
O
grupo for criado em 29 de maio, depois que o Estado Islâmico registrou alta nas
interações em português nas páginas do grupo terrorista nas redes sociais. As
primeiras mensagens veiculadas no “Nashir português” incluem partes de um
discurso do Abu Muhammad al-Adnani.
A
vantagem do aplicativo sobre outros com funções similares é que, diferentemente
do WhatsApp ou do Facebook, por exemplo, o Telegram é codificado e não utiliza
criptografia, ou seja, é mais difícil de ser monitorado pelas autoridades.
Apesar disso, a comunicação do grupo no aplicativo está sob monitoramento da
Abin.
(Fonte:
Último Segundo)
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