Os
líderes da Otan concordaram nesta sexta-feira com o envio de forças militares
para os países bálticos e para o leste da Polônia pela primeira vez. O aumento
das patrulhas aéreas e marítimas visa tranquilizar aliados que já foram parte
do bloco soviético, depois da tomada da Crimeia da Ucrânia pela Rússia.
A
aliança ocidental de defesa que conta com 28 países decidiu mover quatro
batalhões, totalizando de 3.000 a 4.000 homens, para o nordeste da Europa num
sistema de rodízio para mostrar a sua prontidão para defender os membros do
leste contra qualquer agressão russa.
"Esses
batalhões serão robustos e multinacionais. Eles deixam claro que um ataque a um
aliado será considerado um ataque a toda a aliança", disse o
secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, após a primeira sessão de trabalho
da reunião de cúpula em Varsóvia, capital da Polônia.
O
presidente americano, Barack Obama, afirmou que os Estados Unidos vão enviar
cerca de mil soldados para a Polônia, de acordo com o plano, "para
reforçar a nossa presença avançada na Europa central e do leste". A Alemanha
vai liderar o batalhão na Lituânia. O Reino Unido, na Estônia, e o Canadá, na
Letônia. Outros países, como a França, irão fornecer tropas.
Contudo,
os líderes também destacaram a disposição de buscar um diálogo com Moscou e
retomar as medidas para fortalecer as relações de confiança que a Rússia tem
rejeitado desde a anexação da Crimeia em 2014 e o seu apoio para os rebeldes de
língua russa no leste da Ucrânia.
Sede
do evento, a Polônia deu o tom de desconfiança em relação às intenções russas.
O ministro do Exterior, Witold Waszczykowski, disse durante um fórum anterior à
cúpula: "Nós rejeitamos qualquer tipo de ilusão sobre uma cooperação
pragmática com a Rússia enquanto ela continuar a invadir os seus
vizinhos".
Obama
foi mais diplomático, fazendo um chamado ao diálogo com a Rússia, mas insistiu
que os aliados mantivessem as sanções contra Moscou em vigor até que fosse
seguido plenamente o acordo de cessar-fogo na Ucrânia.
A
Ucrânia não integra a Otan, mas o presidente do país, Petro Poroshenko, vai se
encontrar com os líderes aliados neste sábado, quando ele talvez enfrente
pressões para cumprir com a parte de Kiev no acordo, aceitando uma maior
descentralização e eleições locais na região de Donbass, no leste, controlada
pelos rebeldes.
A
chanceler alemã, Angela Merkel, declarou que a organização estaria sempre
interessada no diálogo com Moscou.
(Fonte: Veja / Reuters)
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