sábado, 9 de julho de 2016

Crise petista amplia favoritismo de ACM Neto em Salvador


ACM Neto disputara  eleição com apoio  de 31 dos 43 vereadores, incluindo dois ex-petistas.
De Folha de São Paulo

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), chega ao início da campanha eleitoral como favorito para ser reeleito para mais um mandato na capital baiana.

Além de construir uma aliança com 15 partidos, o prefeito ainda tem sido beneficiado por uma sucessão de indefinições do bloco petista.

Desorganizada, a base do governador baiano Rui Costa (PT) ainda não definiu qual estratégia adotará na capital para rivalizar com o prefeito.

"Nem no meu melhor sonho poderia imaginar que eles [oposição] chegariam em julho sem candidato. Isso nunca aconteceu na história política da capital", disse à Folha ACM Neto, que vai para a disputa com apoio de 31 dos 43 vereadores, incluindo dois ex-petistas.

A oposição ainda pondera se é melhor se unir em torno de um candidato ou pulverizar candidaturas para tentar forçar um segundo turno. A união de PT, PSB e PC do B, no entanto, esbarra na definição das chapas para a Câmara Municipal.

A deputada federal Alice Portugal (PC do B), que em 2012 recuou na reta final da pré-campanha para apoiar o petista Nelson Pelegrino, desta vez diz que sua candidatura é irreversível. E já conseguiu o apoio do PSD do senador Otto Alencar.

"Nós queremos unir os segmentos que são contra o golpe, a favor do governador e que defendem um olhar mais social para a cidade", afirma a deputada.

O PSB ainda estuda lançar a candidatura da senadora Lídice da Mata (PSB), que pode ter o apoio do PT. Esta será a primeira vez em 20 anos que o partido não terá candidato próprio em Salvador.

O lançamento das candidaturas de Alice e Lídice, no entanto, é visto com reserva por aliados, que consideram que ambas têm base parecida –um eleitorado de classe média e de esquerda. "Nós somos da mesma escola política", diz Alice.

Os outros candidatos da oposição serão o Pastor Isidório (PDT), de perfil conservador, e o professor Fábio Nogueira (PSOL).

PRÉVIA PARA 2018

Com o favoritismo do atual prefeito, as eleições em Salvador funcionarão como uma espécie de prévia para o pleito de 2018, quando ACM Neto deve disputar o governo do Estado contra Rui Costa.

De um lado, ACM Neto, 37, tentará firmar sua força política. E disputará a capital de olho no interior, onde articula candidaturas próprias do DEM em cerca de cem cidades e chapas com partidos aliados em todos os 417 municípios baianos.

O cenário será bastante diferente ao de 2012, época de auge do petismo, quando o DEM teve 29 candidatos e conseguiu eleger apenas nove prefeitos. Naquela época, das 30 maiores cidades baianas, 11 ficaram sem candidaturas de oposição.

Do outro lado, Rui Costa buscará reafirmar a hegemonia do seu grupo fincando bandeira em Salvador.

O petista vem tocando na capital um conjunto de obras, como novas avenidas, metrô e contenções de encostas.

ACM Neto tem como vitrines a requalificação da orla marítima e construção de escolas e avenidas na periferia.

O prefeito nega que vá polarizar o debate com o governador ou tratar das eleições para o governo do Estado neste ano: "Não vou fazer duas eleições em uma, não admito discutir 2018 agora".

Os oposicionistas, por sua vez, tentarão desconstruir a imagem do prefeito, argumentando que a gestão que priorizou bairros ricos em detrimento da periferia.

"Vamos mostrar que o embelezamento da cidade não é suficiente para reduzir o fosso da desigualdade social que temos em Salvador", diz a pré-candidata Alice Portugal.

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