Jack
Dumbacher, atual pesquisador da Academia de Ciência da Califórnia, ainda era um
jovem recém-formado quando participou de expedição às florestas tropicais da
Nova Guiné. Durante uma de suas aventuras pela mata, foi arranhado por uma ave
que, por conta de sua coloração diferente na cabeça e pescoço, parecia estar
usando capuz.
Tratava-se
de uma das espécies do gênero Pitohui,
primeira ave venenosa a ser cientificamente documentada. A descoberta foi feita
pelo próprio Dumbacher, que sentiu na pele os efeitos da toxina do Pitohui. Ao ser arranhado a mão, o
pesquisador sentiu dor e, por reflexo, chupou o dedo. Foi quando começou a
perceber a boca formigar e queimar e foi avisado por nativos da região de que
se tratava de um pássaro venenoso - desconhecido pela ciência.
Segundo
os cientistas, o veneno do Pitohui
está localizado em sua pele e penas. Trata-se de uma toxina chamada de
homobatracotoxina, que tem a capacidade de provocar paralisia no corpo dos
seres vivos - inclusive nos músculos do coração, podendo causar a morte.
O
Pitohui usa a substância para se
defender de predadores ou, então, para caçar. O envenenamento acontece quando a
toxina entra em contato com a boca, os olhos, as mucosas nasais ou a pele
machucada da vítima - que, quase instantaneamente, começa a sentir dormência e
paralisia no local.
O
mais curioso é que essa característica incomum do pássaro, provavelmente, é
resultado da sua alimentação. Os Pitohuis
se alimentam, principalmente, de besouros da família Melyridae, que são uma
poderosa fonte de homobatracotoxina. O mesmo fenômeno acontece com os sapos
Dendrobatidae que comem os insetos (formigas principalmente) que possuem
alcalóides.
Os
cientistas avisam que nem todas as espécies de pitohuis são venenosas -
normalmente, as que têm cores mais escuras são mais perigosas. Mas, na dúvida,
se encontrar um pássaro desses em uma aventura pela Nova Guiné, mantenha
distância.
(Fonte: National Geographic)
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