São Paulo –
Um dos maiores receios do mercado nos últimos tempos se concretizou hoje: a Oi
acaba de protocolar um pedido de recuperação judicial, que inclui R$ 65,4
bilhões em dívidas.
O
valor é o maior já pedido e já protocolado no país – o recorde, até então, era
da OGX, do empresário Eike Batista, de R$ 11,2 bilhões, feito em 2013.
Na
manhã de hoje, a operadora de telefonia havia anunciado um acordo com o BNDES
para suspender o pagamento da dívida por 180 dias no final de maio.
Do
total da dívida, quase 10 bilhões de reais eram com bancos de desenvolvimento,
como o BNDES.
A
ideia era buscar uma alternativa junto aos credores para evitar uma recuperação
judicial e a mesma justificativa estaria sendo usada na negociação com outros
bancos de fomento.
Não
adiantou. O pedido foi protocolado nesta tarde no Tribunal de Justiça do Rio de
Janeiro.
No
último dia 10, Bayard Gontijo, então presidente da companhia, renunciou ao cargo.
Ele, que havia assumido o cargo com a promessa de estancar a dívida bilionária
da operadora, foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.
O
executivo acumulou as duas funções e teria sido escolhido por ter uma maior
afinidade com a Pharol, que reúne os acionistas portugueses da antiga Portugal
Telecom (PT), com quem a Oi se fundiu.
Com
o pedido de recuperação judicial, a Oi tem pressa. No dia 26 de julho, vencem 231
milhões em bônus da empresa, o equivalente a quase R$ 1 bilhão.
Além
disso, a Oi acumula um prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão apenas até março e
uma dívida de quase R$ 41 bilhões, de acordo com o balanço do primeiro
trimestre.
As
dúvidas sobre o futuro da companhia incluem também como a Anatel se posicionará
sobre o caso já que, pela regulamentação do setor, um pedido desses poderia
levar a operadora a perder a concessão, inviabilizando o processo.
(Fonte: Exame.com)
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