São Paulo –
O mundo tem hoje 65,3 milhões de pessoas vivendo em situação de refúgio ou
deslocamento. Esse número, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para
os Refugiados (ACNUR), é o maior já visto desde que os registros se iniciaram.
A
constatação foi divulgada nesta segunda-feira (20) em um abrangente estudo
conduzido pela agência e que se chama “Global Trends – Forced Displacement
2015”. “Estamos enfrentando a maior crise de refugiados e deslocados já vista.
Mas, acima de tudo, essa não é uma crise de números e sim uma crise de
solidariedade”, disse o secretário-geral da ONU Ban Ki Moon.
Em
cinco anos, calculou a ACNUR, o número de refugiados e deslocados aumentou em
50%. A quantidade de pessoas que vivem dessa forma hoje equivale a toda a
população de países como o Canadá, a Itália, a Espanha e a Polônia. Só no ano
passado, 12,4 milhões foram forçadas a deixar tudo para trás, deixando suas
cidades e países.
Mas
a situação dessas pessoas deve piorar ainda mais nos próximos meses. Embora a
Europa esteja lutando para encontrar uma solução para os milhares de refugiados
e imigrantes que buscaram abrigo em seu território, a União Europeia (UE) ainda
não conseguiu entrar num consenso sobre como, afinal, distribui-los entre seus
países-membros.
Em
outras regiões, como África e América do Sul, o cenário também não está
positivo. O Quênia, um dos países que mais recebe refugiados, anunciou em maio
que fechará suas fronteiras, encerrando, inclusive, as atividades em Dadaab, o
maior campo do mundo. No Brasil, o governo interino suspendeu conversas com a
UE em que negociava a recepção de sírios, uma das populações mais vulneráveis.
Enquanto
o mundo tenta dar vazão ao contingente de deslocados e refugiados, o fluxo
dessas pessoas não dá sinais de que cessará em algum momento próximo.
(Fonte: Exame.com)
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