O dia 4 de junho de 2016 ficará marcado na história do esporte como
a data do adeus a uma lenda. Na madrugada deste sábado, morreu aos 74 anos
o ex-pugilista americano Muhammad Ali, um dos principais nomes da história do
esporte.
Sofrendo
com diversos problemas de saúde, como o Mal de Parkinson, que o acometia desde
o fim de sua carreira, o ex-campeão mundial dos pesos pesados estava internado
desde os últimos dias em um hospital em Phoenix (EUA) por conta de complicações
respiratórias. Um porta-voz da família confirmou ao site à rede americana NBC o
falecimento de Ali.
- Após
uma batalha de 32 anos contra o Mal de Parkinson, Muhammad Ali faleceu aos 74
anos. O três vezes campeão mundial dos pesados morreu nesta noite - disse Bob
Gunnell.
Muhammad
Ali foi campeão mundial entre os pesados de 1964 a 1967, 1974 a 1978, e 1978 a
1979. Em 61 lutas profissionais, o americano venceu 56 (37 nocautes) e perdeu
apenas cinco (quatro decisões e um abandono).
História
Nascido
no dia 17 de janeiro de 1942, em Louisville, no Kentucky, Cassius Clay, seu
nome de batismo, começou no boxe aos 12 anos. Apenas seis anos depois, já
disputava uma Olimpíada, em Roma (ITA), quando conquistou a medalha de ouro
entre os meio-pesados.
Logo após
a láurea, Clay tornou-se profissional e, pouco depois, em 1963, inspirado pela
causa muçulmana, converteu-se à religião e passou a lutar contra o racismo nos
Estados Unidos.
A mudança
em seu nome, porém, aconteceu apenas em 1964, após conquistar o título mundial
dos pesados sobre Sonny Liston. Depois disso, apresentou ao mundo sua nova
alcunha: Muhammad Ali.
Além
disso, começou a tornar-se conhecido por seu modo de se expressar, com frases
de efeito e, muitas vezes, tidas como engraçada, como, "Voe como uma
borboleta, pique como uma abelha", e sua emblemática frase após conquistar
o cinturão: "Eu sou o melhor! Eu sou o rei do mundo!".
Por muito
tempo, Ali foi, de fato, o "Rei do Mundo". Campeão aos 22 anos, o
boxeador defendeu seu título em seis duelos, até negar uma convocação do exército
americano para servir na Guerra do Vietnã, em 1967.
Com isso,
foi sentenciado a cinco anos de prisão e teve seu cinturão retirado. Liberado
após uma apelação, Ali ficou impedido de lutar, até um novo recurso devolver
seus direitos em 1971.
Porém, o
"Rei" ainda teria de remar muito para reconquistar seus súditos. Após
voltar aos ringues, caiu diante de Joe Frazier, campeão mundial, por decisão em
uma luta de 15 rounds. Em 1974, anos depois da "Luta do Século",
quando Frazier já havia perdido o título, Ali deu o troco.
Isso o
credenciou para encarar o então detentor do cinturão: George Foreman. No mesmo
ano, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), os dois se enfrentaram no
duelo conhecido como "Rumble in the jungle". O Rei havia voltado e, com
ele, o título mundial.
Muhammad
Ali permaneceu com o cinturão até 1978, quando foi derrotado pelo jovem Leon
Spinks. Um ano depois, aos 37, se aposentou, retornando em 1980 para lutar pelo
título de Larry Holmes e, posteriormente, enfrentando Trevor Berbick em 1981.
Em ambos os duelos, o Rei caiu.
Um ano
depois, Ali foi diagnosticado com Mal de Parkinson e, ali, começava a mais dura
luta da vida do ex-pugilista.
Engajado
em causas sociais, Muhammad passou a viajar pelo mundo, mas suas aparições
públicas eram cada vez menores. Em um de seus mais memoráveis momentos, foi
responsável pelo acendimento da pira olímpica dos Jogos de Atlanta (EUA), em
1996.
Nos
últimos anos, Muhammad Ali ficou cada vez mais longe dos noticiários, mas,
ainda assim, permanecia vivo na memória dos amantes do boxe e do esporte. Hoje,
os mesmos fãs dão adeus a uma lenda e, porque não, ao "Rei do Mundo".
(Fonte: Terra)
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