O ministro Teori Zavascki, relator da
Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), mandou incluir na denúncia contra
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva novas provas que demonstram a
proximidade do petista com o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual. Ambos são
acusados de participar da trama para comprar o silêncio do ex-diretor da
Petrobras, Nestor Cerveró.
A ordem de Teori inclui na denúncia trechos da delação
premiada do senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), que também foi
denunciado por envolvimento no mesmo caso. Delcídio afirmou, nos termos de
colaboração, que Esteves é um dos principais mantenedores do Instituto Lula,
responsável por organizar as palestras do ex-presidente.
De acordo com o ex-senador, a relação de Esteves com
Lula se deve ao fato de o ex-presidente ter sido um dos principais apoiadores
dos negócios do BTG, e que Lula era um "alavancador eficaz" de
negócios para agentes econômicos no Brasil e no exterior. No pedido enviado
pela Procuradoria-Geral da República (PGR) a Teori, o procurador-geral Rodrigo
Janot aponta o "relacionamento estreito" entre o banqueiro e o
Instituto Lula.
"Embora
isoladamente não constitua crime, (a proximidade) indica que o contexto das
doações a que (Delcídio) faz menção é extremamente relevante para algumas
investigações em curso, tanto em ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula
da Silva (especialmente a que trata de possível prática de crime de lavagem de
dinheiro envolvendo o pagamento de suas palestras), quanto a relacionada à
própria organização criminosa do Caso Lava Jato", afirma Janot.
Além de Lula, Delcídio e Esteves, também foram
denunciados no mesmo procedimento o assessor do ex-senador, Diogo Ferreira, o
ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, o ruralista José Carlos Bumlai, e seu
filho, Maurício Bumlai. Todos são acusados de tentativa de obstrução à Justiça
ao tentar evitar que Cerveró fizesse delação premiada no âmbito da Lava Jato.
Na decisão, Teori também juntou o trecho da delação de
Delcídio sobre Lula e Esteves no inquérito da Lava Jato que investiga
parlamentares e operadores do esquema de corrupção por formação de quadrilha.
Há um pedido pendente para que o ex-presidente também seja incluído neste
inquérito.
As informações do ex-senador sobre o caso também foram
atreladas às investigações no Supremo e na 13ª Vara Federal de Curitiba,
conduzida pelo juiz Sérgio Moro, sobre o embandeiramento dos postos BR. O caso
envolve, além de Esteves, o empresário Carlos Santiago, investigados na
primeira instância, e o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL), que tem foro
privilegiado.
(Fonte: MSN Notícias)
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