No
início da década de 1990, com a desagregação da União Soviética, especulou-se
que a ordem bipolar cederia espaço à monopolização do mundo pelos Estados
Unidos. A especulação supracitada foi extirpada pelos fatos e a globalização
avançou de forma avassaladora. A queda do bloco socialista promoveu a
integração do chamado “Segundo Mundo” à “Aldeia Global”, fortalecendo o volume
de transações comerciais. A economia de mercado passou a imperar, além da
guinada de internacionalização da produção, esta última, acoplada ao
estabelecimento de filiais das multinacionais em países com vasta mão de obra
barata e significativa oferta de matéria-prima, cuja China é o exemplo mais
emblemático.
A
economia mundial vem crescendo nos últimos anos, crescimento alicerçado por
índices de superávit dos Estados Unidos, China, Japão e Tigres Asiáticos.
Ciente desta vigorosa matriz econômica, Barack Obama já sinaliza a formação de
um bloco comercial que englobe os países citados, entre outros banhados pelo
Pacífico. Na época das Grandes Navegações, houve um deslocamento do eixo
econômico do Mediterrâneo para o Atlântico, em tempos hodiernos, do Atlântico
para o Pacífico.
Apesar
de não ser banhado pelo Pacífico, o Brasil poderia articular uma possível
participação no bloco mencionado, todavia, até o momento, a presidente Dilma se
mostra indiferente, indiferença explicada também pela sua preocupação pessoal
em se manter na presidência. O governo brasileiro não teve a perspicácia de
encarar a integração neste bloco como um meio que contribua com a volta do
crescimento econômico. Na derradeira década, o Brasil fez alianças com países
pouco representativos na conjuntura econômica mundial, haja vista, as parcerias
com Cuba, Venezuela, Equador e Bolívia, este último, nacionalizou empresas de
gás da Petrobras, desapropriação que contou com a omissão e a covardia do
governo brasileiro. O Brasil se apequenou no tabuleiro mundial, preferindo
assumir a posição de peão.
A
vitória da oposição venezuelana nas eleições legislativas e o advento de
Mauricio Macri à presidência na Argentina, apontam o enfraquecimento do
populismo caudilhista na América do Sul. O governo petista ainda insiste num
populismo retrógrado dito de esquerda, que ocasionou uma verdadeira bagunça nas
contas públicas. O Brasil perdeu a credibilidade fiscal e o selo de “bom
pagador” foi retirado pelas agências internacionais de classificação de risco,
fatores que afugentam os investidores. A economista formada pela UFRS, Dilma
Rousseff, não aprendera um preceito básico da economia: os gastos não devem ser
maiores que as receitas. A política fiscal do governo Dilma é um desastre.
Ademais, por coadunar piamente com o falido populismo caudilhista, o Brasil
está perdendo o papel de líder político na América do Sul, vazio que será
ocupado pela Argentina de Macri. Não esqueçamos a recente visita de Obama no
nosso hermano vizinho.
O
Brasil é Grande, “Gigante pela própria natureza”, a 7ª economia do mundo, o 5º
em território e o 5º em população, mas na geopolítica mundial, apresenta-se
como figurante. Das últimas frases que li, aquela que mais me chamou a atenção
pela precisão conceitual e originalidade, foi uma frase proferida pelo
porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor: “o
Brasil, um gigante econômico e cultural, continua a ser um anão diplomático”.
Esta afirmação poderia ser elevada à categoria de aforismo nietzschiano. A
política externa da Dilma é pífia, fazendo jus à condição de anão diplomático.
Graças a tamanha felicidade na definição sobre o Brasil, o porta-voz israelense
deveria ganhar o título de Doutor Honoris
Causa. Indubitavelmente, a “presidenta mosquita” olvidou a importância da
política externa no progresso nacional. Uma grande nação não pode relegar a
diplomacia e o intercâmbio político-econômico com as grandes potências.
Tosta
Neto, 27/04/2016
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