Berlim - A aproximação de Irã e Cuba aos Estados Unidos e ao
Ocidente, em geral, propicia um "boom" turístico em ambos os países,
como pode ser percebido na Feira Internacional de Turismo (ITB) de Berlim, a maior
do mundo.
O secretário-geral
da Organização Mundial de Turismo (OMT), Taleb Rifai, se mostrou
"otimista" sobre as perspectivas desta indústria em seu habitual
encontro com a imprensa durante a ITB, que começou na quarta-feira e será
encerrada amanhã.
Sobre o Irã,
Rifai afirmou que "está no começo do que provavelmente será uma dos
maiores altas da indústria do turismo", com a chegada de "milhões e
milhões" de viajantes ao país.
Hossein Ramtin, da
agência de turismo iraniana Marcopolo, comentou à Efe que o estande da empresa na
ITB está recebendo "muitos" operadores e agências de viagens, o que
"demonstra o enorme interesse de seus clientes".
"Vimos
que o número de pedidos está aumentando e em alguns períodos já estamos
realmente lotados", analisou.
O
representante da agência iraniana Arg-E-Jadid, Shirin Hashemi Joo, explicou que
"o Irã não recebeu muitos turistas" durante os últimos anos e que
"houve um 'boom'" de viajantes estrangeiros interessados pela oferta
histórica, cultural e natural do país.
"Os três
primeiros dias da feira são só para visitantes especializados e nosso
calendário de visitas esteve cheio. Dá para ver claramente que há mais
demanda", acrescentou.
Em fevereiro
do ano passado, o governo iraniano anunciou a compra de 118 aviões da
fabricante europeia Airbus, o que dá uma ideia das estimativas das autoridades
nacionais.
Diante dessas
previsões, Rifai incentivou o setor turístico iraniano a levar em conta estas
estimativas "para não ser transbordado" pelas reservas nos próximos
anos.
Tanto Ramtin
como Hashemi Joo concordaram que o Irã precisa construir novas infraestruturas
turísticas para enfrentar esta demanda porque, embora invista com rapidez nos
lugares mais visitados, ainda não é suficiente.
O
secretário-geral da OMT também se sentiu "muito otimista a respeito de
Cuba" e considerou que o "maior desafio" do país será
"tramitar" a avalanche de viajantes internacionais.
"Se Cuba
já era um destino atrativo, imagina agora", disse Rifai aos jornalistas.
O responsável
pelo setor de Turismo da embaixada de Cuba na Alemanha, Gioacchino Cinquegrani,
também presente na ITB, ressaltou em declarações à Efe que há um notável
aumento das reservas.
"Há uma
presença mais forte que o ano passado. Neste momento, Cuba é um destino muito
procurado. Temos um crescimento muito alto. Claro que isso é a manifestação do
interesse que há" revelou Cinquegrani, para ressaltar que até o momento o
faturamento aumentou 46% e o número de visitantes evoluiu em 39%.
Cinquegrani
explicou que nos mercados europeus há uma grande vontade em descobrir "a
Cuba autêntica", a Cuba atual. Além disso, considerou possível que o setor
turístico do país se beneficie de um certo desvio de viajantes, que optam por
ir ao Caribe em vez de certos países da região mediterrânea que passam por
instabilidade política, como Turquia, Tunísia e Egito.
A atual
edição da ITB está dominada por questões como a ameaça do terrorismo
internacional, as repercussões da crise dos refugiados e os riscos e
oportunidades da revolução tecnológica.
A reunião
empresarial, que celebra seu 50º aniversário, conta com mais de 10 mil
expositores de 187 países e regiões, e espera receber mais de 100 mil
visitantes e profissionais até o domingo.
(Fonte: Exame.com)
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