São Paulo – Pela
primeira vez desde o início da corrida presidencial dos Estados Unidos,
o socialista Bernie Sanders começa a se tornar uma ameaça real para Hillary
Clinton, que era, até então, a mais provável candidata democrata ao pleito que
acontece em novembro.
De acordo com
uma pesquisa nacional conduzida pela Fox News divulgada na noite de ontem, entre os
eleitores democratas, Sanders tem 47% das intenções de voto contra 44% de Hillary. Em
outra, essa feita pela CNN, a dupla está
quase empatada: o senador de Vermont aparece com 47%, enquanto a ex-Secretária
de Estado tem 48%.
Sanders está
conquistando a simpatia dos eleitores jovens e do público feminino, antes visto
como uma base natural de Hillary. No estado de New Hampshire, dados da CNN mostram que entre as possíveis
eleitoras com menos de 30 anos, 82% apoiam ao senador. Já no grupo das mulheres
com mais de 45 anos, 56% delas devem votar a favor da senadora do estado de
Nova York.
Bernie Sanders, inimigo de Wall Street
Nascido em
Nova York em 1941, Bernie Sanders se formou na Universidade de Chicago, onde
foi filiado da Liga Socialista Jovem e militou pelo movimento dos direitos
civis. Em seguida, se mudou para Vermont e, em 1981, foi eleito prefeito da
cidade de Burlington. Passou pela Câmara dos Representantes e se tornou senador
em 2005.
Conhecido
pelos seus posicionamentos fortes e pela postura anti-Wall Street, Sanders logo
chamou a atenção do mundo das personalidades. Hoje ele conta com o apoio de
nomes como a banda Red Hot Chili Peppers, o músico Jello Biafra (Dead
Kennedys), os atores Denny DeVito e Mark Ruffalo e até Steve Wozniack, um dos
fundadores da Apple.
Mas o que
explica a ascensão desse senhor de 74 anos de idade e ideias socialistas?
Na visão de
nomes como Thomas
Pikkety, o festejado economista francês e autor do best-seller “O
Capital”, o sucesso do senador americano se deve ao fato de ele ser visto como
um candidato que poderá “reviver tanto a agenda progressista quanto a tradição
americana de igualitarismo”. Hillary, por sua vez, aparece como defensora do
status-quo.
Se Sanders
irá se consolidar como o candidato do Partido Democrata à presidência dos EUA,
é impossível prever. É incontestável, contudo, que ele começa a incomodar a
trajetória de Hillary rumo à Casa Branca.
(Fonte: Exame.com)
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