No
ano passado, Anitta (diga-se de passagem, com dois “t”) foi considerada a
“Melhor Cantora do Brasil”, prêmio concedido no empolgante Domingão do Faustão. A talentosíssima starwoman carioca venceu Ivete Sangalo e Claudia Leitte – “Veveta”
e “Claudinha” para os íntimos – figurinhas tarimbadas que já fazem parte do
cenário do programa dominical da Globo. A conquista de Anitta reflete o estágio
iluminado da Música Brasileira, suscitando um movimento estético-artístico que
ofuscará a Tropicália. A Nossa Diva,
ao lado de Ludmilla e Valesca Popozuda, lideram uma transformação
revolucionária de todos os paradigmas musicais do Brasil. Por sinal, Valesca
Popozuda é a intérprete de “Beijinho no ombro”, até então, a melhor canção
brasileira do século XXI, uma espécie de “Aquarela do Brasil” ou “Chega de
Saudade” dos tempos hodiernos.
O triunfo apocalíptico de Anitta reparou um
grande equívoco histórico, pois há tempos, Nossa Diva já merecia o título de
“Melhor Cantora do Brasil”; como gostam de falar por aí: “a justiça tarda, mas
não falha”. Com poucos anos de estrada, Anitta ostenta uma esplêndida
discografia, que a coloca num patamar de patrimônio artístico e cultural do
Brasil. Nós, brasileiros de verdade, devemos idolatrar a Nossa Diva, fenômeno musical
que suplantou as fronteiras mais longínquas, divulgando a música nacional por
todo o mundo. Não podemos esquecer o estilo eclético de Anitta, que parte do
funk, dialoga com o samba e a bossa nova, até pairar no blues, soul e jazz.
Anitta tem uma voz única na música
universal, notadamente um feitio soprano, porém, navega nos mares das notas
graves com deveras desenvoltura. Ademais, Nossa Diva se destacou na infância nos
corais da escola, além de ter ganhado incontáveis festivais estudantis nas
categorias de intérprete e de compositora. Sinceramente, prezado leitor,
sinto-me feliz e honrado em escrever este singelo texto (poderia ser uma ode)
que objetiva exaltar o brilhantismo da Nossa Diva. Embora, tenho consciência da
minha pequenez vocabular diante do talento estupendo e jupiteriano de Anitta.
Nossa Diva merece muito mais: poesias, contos, biografias, enciclopédias...
É inconteste a capacidade artística da
Nossa Diva, condição exclusiva de um inatismo para a música. Anitta também se
notabiliza como multi-instrumentista, compositora e dançarina. Enquanto
multi-instrumentista desperta a inveja até de Humberto Gessinger. No mundo da
composição, a qualidade poética das letras se equipara à escrita de Camões e
Castro Alves, haja vista a riqueza incomensurável dos versos da magnífica
canção “Show das Poderosas”. Como dançarina, tem no currículo o posto de
principal bailarina do Bolshoi. Nossa Diva é um genuíno fenômeno da natureza
que nasce a cada dois séculos. No século XIX, o grande ícone da música foi o
gênio Ludwig van Beethoven, no século XXI, obviamente, Anitta. Digamos que a
Nossa Diva é a versão masculina de Beethoven na contemporaneidade.
A ascensão meteórica de Anitta enseja à
música brasileira a melhor fase de sua história, com o advento duma geração
profícua de cantores, bandas e duplas sertanejas, cuja musa inspiradora é a
Nossa Diva. Anitta é a testemunha viva que o dom é o “Motor Imóvel” para o
sucesso, colocando num plano secundário o papel da mídia e da indústria
fonográfica. A obra de Nossa Diva é atemporal: séculos passarão e as gerações
do porvir continuarão a cantar o “Show das Poderosas”. Saudações Eternas para
Nossa Diva! Louvado seja o país que tem Anitta como melhor cantora.
Tosta Neto, 16/01/2016
Poxa! Se superou agora. Sarcasmo e ironia que me fizeram ri pra caramba. Kkkkk
ResponderExcluirPrezado amigo Tosta, O hino nacional brasileiro deveria ser substituído pelo "show das poderosas".
ResponderExcluirJonas, gostei da tua sugestão: imagine o hino "Show das poderosas" sendo entoado antes do jogo do Brasil na Copa do Mundo. Grato pelo comentário! Abraços.
ExcluirAmigo Tosta;
ResponderExcluirMais uma vez demais, seu texto.
Infelizmente essas estrelas que acabara de citar em teu texto retrata o momento "Bunda" em que nosso país está vivendo,onde jogados ao caos "dançamos" novamente.
Abraços fraternos amigo.
E parabéns!
Caro Uildson, muito obrigado pelo comentário! Abraços.
ExcluirA característica estilística do caro autor poderia ser definida como "ironia hiperbólica", ou seja, uma ironia exacerbada visando demonstrar o ridículo de certos fatos, pois diante de algumas circunstâncias, nada pode ser levado realmente à sério. Linguagem muito apropriada para problematizar a notícia que serviu como "detonador" para a construção do texto.
ResponderExcluirConsidero-me até tolerante com relação ao gosto alheio, pois acredito que existe espaço para todo tipo de produto cultural. Em todos os tempos, sempre a grande arte foi contemporânea de produções menores, popularescas, pois sempre houve e haverá um mercado consumidor para isso. Contudo, o que me preocupa é a circulação maciça desse tipo de "arte de plástico" produzida por uma indústria cultural ávida por lucro fácil e enburrecimento coletivo.
Quanto à vitória da cantora Anitta, desculpe-me os fãs: ela não pode ser encarada com seriedade. Primeiro que pesquisa de internet não possui muita credibilidade porque o staff dos candidatos podem construir uma estrutura objetivando acumular o maior número de votos possíveis, recrutando diversas pessoas para esse fim. Lembro-me de uma gafe recente que ocorreu na escolha do "Maior jogador do século XX", proposta pela corrupta FIFA (uma espécie de PT do futebol). O escolhido pelos votantes da internet foi o argentino Maradona. Contudo, conscientes da insensatez popular, os velhinhos donos do "soccer" tiveram que, constrangidos, entregar um prêmio a Pelé e outro a Maradona. Qualquer eleição deve ser feita com gente que tem conhecimento técnico, histórico e cultural e não por pessoas que não sabem a diferença entre um mugido e uma canção bem interpretada. Temos cantoras sensacionais como a Maria Bethânia, Gal Costa, Alcione, Rita Lee, entre outras. Chega a ser uma ofensa esse tipo de escolha. Todavia, cada geração tem os ídolos que merecem.
Geisson, teus comentários são excelentes! Não tenho palavras para adjetivá-los. Sinta-se convidado para contribuir com o Outro Olhar. Tenho plena convicção que você qualificará ainda mais o conteúdo do Outro Olhar. Gostei do trecho: "Todavia, cada geração tem os ídolos que merecem." Muito obrigado pelo comentário! Abraços.
ExcluirSds Professor,
ResponderExcluirGastando aqui com seu texto, bote fé. HAHA
Abraços, Caíque Almeida.
Caro Caíque, muito obrigado pelo comentário! Há tempos não te vejo. Abraços Fraternos.
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