A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, foi eleita a pessoa do ano de
2015 pela revista norte-americana “Time”. O anúncio foi feito nesta
quarta-feira (9).
"Por pedir mais de seu país que a maioria dos políticos ousariam,
por se manter firme contra a tirania e por proporcionar liderança moral em um
mundo em que isso está em falta, Angela Merkel é a Personalidade do Ano da
Time", escreveu a editora Nancy Gibbs.
É a primeira vez em quase três décadas que uma mulher foi eleita a
pessoa do ano pela revista. A última vez que isso aconteceu foi em 1986, quando
a então presidente das Filipinas, Corazon Aquino, primeira mulher a ocupar o
cargo, foi escolhida.
Com 61 anos, Merkel é chanceler alemã desde 2005 e é considerada a
mulher mais poderosa do mundo.
"Estou certo de que a chanceler verá isto como um encorajamento
para acelerar seu trabalho político pelo bem da Alemanha e da Europa",
reagiu pouco depois do anúncio um porta-voz de Merkel, Steffen Seibert.
Os outros finalistas foram:
- Abu Bakr Al-Baghadadim, líder do grupo jihadista Estado Islâmico;
- Donald Trump, pré-candidato republicano à presidência dos EUA;
- "Black Lives Matter" ("vidas negras importam"),
campanha contra o racismo
- Hassan Rouhani, presidente do Irã;
- Travis Kalanick, CEO do serviço de compartilhamento de carros Uber;
- Caitlyn Jenner, atriz, modelo, ex-atleta olímpica e personalidade
americana transexual.
Escolha
Merkel se viu envolvida durante todo o ano em um papel chave e de liderança na crise migratória na Europa, no problema da dívida europeia e teve atuação determinante na intervenção russa na Ucrânia.
Merkel se viu envolvida durante todo o ano em um papel chave e de liderança na crise migratória na Europa, no problema da dívida europeia e teve atuação determinante na intervenção russa na Ucrânia.
“Em um momento em que boa parte do mundo está envolvida em um furioso
debate entre o equilíbrio entre segurança e liberdade, a chanceler está pedindo
muito dos alemães, e por seu exemplo, de todos nós. Para sermos receptivos.
Para não termos medo. Para acreditar que grandes civilizações constroem pontes,
e não muros, e que guerras são vencidas tanto dentro quanto fora do campo de
batalha", disse a revista.
"Ao ver os refugiados como vítimas a serem resgatadas, ao invés de
invasores a serem repelidos, a mulher criada atrás da cortina de ferro apostou
na liberdade. A filha do pastor usou a misericórdia como arma. Você pode
concordar com ela ou não, mas ela não está usando o caminho mais fácil. Líderes
são testados apenas quando as pessoas não querem segui-los".
A Alemanha registrou a chegada de mais de 960.000 migrantes durante o
ano procedentes de Síria, Iraque e Afeganistão, palcos de conflitos que já
duram mais de dez anos, em alguns casos.
Em meio ao debate aberto pelos que consideram que a Europa era invadida
por este fluxo de pessoas, Merkel adotou uma posição audaz convocando seu país
a se mostrar solidário e dar o exemplo com estes demandantes de asilo.
Em 2014, a revista elegeu as equipes de saúde que combateram o
vírus ebola na África como
“pessoa do ano”. A designação da "Personalidade do Ano" é uma
tradição anual da Time desde 1927. A figura eleita ocupa a capa da edição de
fim de ano da revista.
(Fonte: G1)
0 comments: