sábado, 21 de novembro de 2015

Lula é vaiado em Salvador e diz que PT criou oportunidades para negros

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado na tarde desta sexta-feira, 20, ao participar de um evento em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, na Liberdade, bairro de maior concentração populacional negra de Salvador (BA). Já no início da fala, com mais de duas horas de atraso, ao cumprimentar os presentes, de cima de um trio elétrico, Lula ouviu uma sonora vaia, seguida de reclamações relacionadas à crise financeira e à corrupção no País. 
Alguns gritavam a sua indignação com a volta da inflação e o desemprego. "Se soubesse que ele estaria aqui, eu não viria. O País em crise, os pobres passando dificuldade e esse cara aqui jogando conversa fora. Que falta de consciência. E ainda colocou aquela mulher na presidência", esbravejava Janete Costa dos Santos, de 25 anos, referindo-se à presidente Dilma Rousseff.
Lula tentou reverter a situação de descontentamento popular enumerando algumas conquistas obtidas pela comunidade negra durante o governo do PT. 
"Tenho consciência de que o que já foi feito são conquistas. Uma das grandes conquistas foi o estatuto da igualdade racial. Nesse século 21 tivemos momentos importantes na nossa história. Eu duvido que qualquer cientista político faça pesquisa para ver se em qualquer momento do País havia tantos negros e negras nas universidades", ressaltou, destacando as políticas públicas implementadas pelo PT, em benefício dos afrodescendentes.
"Eu sei que tem gente que não gosta da gente, sei que tem divergência. Queria que as pessoas que discordem de nós, colocassem a mão na cabeça e pensassem no que eram as negras e os negros antes do PT nesse País", disse, e reforçou que "nunca na história desse País o negro teve oportunidade de ser médico, engenheiro e não só ajudante de pedreiro nas grandes capitais ou empregadas domésticas. 
Em seguida, o ex-presidente admitiu que ainda há muito a ser feito". "O movimento negro precisa estudar quais são as conquistas que a gente deseja, pois a luta do povo é infinita". Ele se despediu como se estivesse em campanha: "Um abraço a todos e até a vitória".  

  (Fonte: Estadão)

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