A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras aprovou nesta quinta-feira (9) 73 requerimentos de convocação de depoentes, pedidos de informação a diversos órgãos, acareações e quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônicos. Entre as convocações aprovadas, estão as do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e do empresário Marcelo Odebrecht.
Diante da pressão da oposição para a convocação de ministros, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), acabou cedendo para poupar o ex-ministro José Dirceu e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil) e Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social da Presidência).
Cardozo vem sendo criticado internamente no PT por causa de investigações da Polícia Federal no âmbito das operações Lava Jato e Acrônimo, que envolvem figuras ilustres do partido. O ministro é acusado por petistas de não controlar as investigações e os vazamentos, considerados "seletivos".
O ministro deve falar sobre as escutas ilegais encontradas na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Pelo mesmo motivo, foram convocados os delegados federais envolvidos no caso. Sobre a convocação do ministro, Luiz Sérgio disse que era preciso chamá-lo para esclarecer alguns acontecimentos envolvendo as investigações.
Também foi convocado o empresário Julio Camargo, ex-representante no Brasil da empresa Toyo Setal. Ele fez acordo de colaboração com a Justiça e disse que houve pagamento de propina a diretores da Petrobras, intermediada por Fernando Soares, preso em Curitiba e apontado como operador do PMDB no esquema de desvio de dinheiro da estatal – o que ele e o partido negam.
Jaime de Oliveira, também convocado, é policial civil do Rio de Janeiro e é acusado de transportar dinheiro de propina a serviço do doleiro Alberto Youssef.
A CPI também quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de duas filhas, da mulher e da irmã do doleiro Alberto Youssef: as filhas Taminy Youssef e Kemelly Caroline Fujiwara Youssef; a mulher, Joana Darc Fernandes Youssef; e a irmã Olga Youssef.
Foi aprovada a convocação do presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, preso em Curitiba pela operação Lava Jato. A CPI quer ouvir ainda a advogada Beatriz Catta Preta, que defende os delatores Pedro Barusco (ex-gerente da área de Serviços da Petrobras) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento).
Foram aprovados ainda novos pedidos de acareação: entre Pedro Barusco, Shinko Nakandakari (operador de estaleiros) e Glauco Legati (funcionário da Petrobras); e entre Augusto Ribeiro de Mendonça Neto (executivo da Toyo Setal), Renato Duque (ex-diretor da Petrobras) e João Vaccari Neto (ex-tesoureiro do PT).
Ainda não há data marcada para os depoimentos e acareações aprovados hoje.
(*Com Estadão Conteúdo e Agência Câmara)
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