Tosta Neto (Escritor e Historiador) - Colunista do Outro Olhar |
Brasil, meu Brasil fagueiro, país da
alegria e do “tapa nas costas”, nação do futebol e do “vamos deixar para
amanhã”, terra do Carnaval e do “fulano rouba, mas beltrano e sicrano também
roubaram”, paraíso tropical frutificado de bananas e jabuticabas. Brasil, meu
Brasil cachaceiro, país da complacência com a corrupção e do “Lulinha, paz e
amor”, nação desabitada e do “minha casa, minha vida”, terra da saúde doente e
do “mais médicos”, inferno terrestre recheado de “Mensalão” e “Petrolão”. Seja
bem-vindo a República dos Abacaxis.
Nesta república, tudo é permitido, mentir
para o eleitorado durante a campanha, ser cúmplice de pilhagem dos cofres
públicos, assinar um laudo falso e autorizar a compra duma refinaria decrépita
nos Estados Unidos, usurpar o erário do Estado para perpetuar o partido no
poder, conceder entrevista enquanto candidata no Palácio do Planalto, organizar
festas juninas e churrascos na Granja do Torto (residência presidencial),
deslegitimar o papel da mais alta corte do Poder Judiciário, distribuir
aleatoriamente cargos aos “companheiros”, pagar multas do “Mensalão” com
recursos do “Petrolão”... Ufa! É verbo que não acaba mais! Cansei de tanto
verbalizar!
A “presidenta” da República dos Abacaxis é
deveras desastrada na condução da política externa, tão desastrada que defendeu
o diálogo com o Estado Islâmico, este último, o grande câncer do século XXI,
pois decapita jornalistas, comercializa e estupra mulheres, enterra crianças
cristãs vivas, entre outras atrocidades. É inconcebível dialogar com um grupo
que não tem o mínimo senso de humanidade. Uma sugestão para a “presidenta”:
negociar pessoalmente com os líderes do Estado Islâmico. Vale salientar, que a
“presidenta” tem os pré-requisitos básicos que a habilitam para tal negociação:
mulher, não é islâmica, ocidental e chefe do maior país católico do mundo.
O escracho da política externa também
manifestou-se nas últimas semanas, quando a “presidenta” se ausentou do Fórum
Econômico Mundial em Davos, na Suíça, ao preferir participar da posse de Evo
Morales para o terceiro mandato na República da Coca; em certa ocasião, Morales
nacionalizou empresas da Petrobras, nacionalização que expressou a
subserviência do governo brasileiro. Notoriamente, as exportações da República
dos Abacaxis tropeçaram em 2014, logo, a presença em Davos seria uma boa
possibilidade para tentar reverter o quadro de déficit na balança comercial
buscando novas parcerias com as grandes potências econômicas. Esqueci uma
questão fundamental: na contabilidade da República dos Abacaxis déficit
transforma-se em superávit; agora entendo o porquê da ausência da “presidenta”
no Fórum Econômico Mundial.
Na República dos Abacaxis, o povo está a
pagar a conta – aumento vertiginoso do preço dos combustíveis – das roubalheiras
na Petrobras. Igualmente, a falta de investimentos no setor elétrico resultou
na elevação ionosférica da tarifa de energia, todavia, segundo alguns asseclas
do partido da “presidenta”, São Pedro é o único responsável pela carestia das
contas de luz. Numa espécie de itinerário de Sísifo, os impostos não cansam de
escalar o Monte Everest, cuja carga rochosa é carregada pelo elo menos abastado
da sociedade. Enfim, o governo se mostra inepto, incompetente e obscuro, e a
população por sua vez, acaba descascando os abacaxis. Salve a República dos
Abacaxis.
Tosta Neto, 09/02/2015.
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