sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Zé Dirceu nas mãos de um velho conhecido

Responsável por um dos votos mais duros contra Dirceu durante o julgamento do mensalão, o decano Celso de Mello poderá agora mudar a sorte de seu ex-colega de república estudantil

Izabelle Torres

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No final da década de 1960, a pensão do seu Abelardo, uma casa simples no bairro da Bela Vista, em São Paulo, abrigou dois estudantes com comportamentos e projetos de vida bem diferentes. Um deles, José Dirceu de Oliveira, estudava direito na PUC de São Paulo e dava seus primeiros passos na política estudantil. Sob o mesmo teto, morava também o estudante de direito da USP Celso de Mello, que se dedicava por mais de dez horas diárias a estudos e leituras. Apesar de próximos, os dois sempre tiveram vidas distantes. Não tinham assuntos em comum e pouco conversavam. 

Mais de 40 anos depois, José Dirceu e Celso de Mello têm um encontro marcado na votação mais dramática da Ação Penal 470 no Supremo Tribunal Federal. Na condição de decano do STF, o ministro mais antigo da corte dará o voto decisivo sobre os embargos infringentes, recurso derradeiro que pode mudar a sorte de seu distante colega de república estudantil. Na quarta-feira 18, Celso de Mello irá anunciar, através de seu voto, se Dirceu e outros réus terão direito a um novo exame de uma condenação recebida no plenário do tribunal. Se o decano for favorável aos embargos, como tem sinalizado de modo enfático até aqui, e se mais tarde Dirceu convencer uma maioria de ministros de que seus pleitos têm fundamento, ele poderá ter uma redução da pena e mudar seu regime de prisão. Em vez de passar um ano e seis meses em regime fechado, como está definido até o momento, poderá apenas ter de dormir na prisão.Veja matéria na integra em ISTO É

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